Bem-vindo de volta, autoamor! Fazia um tempo que não nos víamos, não é?
Peço desculpa pelo sumiço, mas como você sabe, eu estava me metendo em outra furada e, como você também sabe, eu tenho que ver para crer…
Então fui lá embarcar naquele barco furado, pular naquela piscina vazia ou qualquer nome que você queira dar para aquilo que, enquanto você sabia que eu ia me dar mal, eu fui tentar me encaixar, tentar me diminuir para caber.
Agora eu entendi…
Enfim, “deu ruim”, mas eu tentei, e só me arrependo mesmo de ter colocado você nessa de novo. Você não merece, sabe? Não merece que eu o machuque desse jeito, porque eu enxergo flor onde só existem espinhos, não merece que eu não o proteja, quando é o meu trabalho — desde pequena, né? — fazer isso, mas saiba que agora eu entendi.
Eu entendi, finalmente, que ninguém no mundo merece o nosso transbordar para encher o copo vazio que ele carrega, ninguém vale tanto assim para que a nossa paz seja perdida e, definitivamente, ninguém é bom o suficiente para nós, se não respeita nossas dores e não liga para os nossos sentimentos.
Desculpe-me, desculpe-me mesmo por fazer você sentir tanta dor emocional e psicológica, por torturá-lo tanto, que você saiu do seu centro, perdeu seu equilíbrio e trouxe o pior de nós para fora.
Perdoe-me por tantas feridas, por tanto tempo e energia gastos com quem não merece nem nossas migalhas ou um segundo nosso, mas saiba que isso tudo me fez crescer e ver que você é a coisa mais bela e importante da minha vida.
E eu não faço promessas, porque humanos estão sujeitos a erros, mas saiba que, de agora em diante, não há nada que eu queira mais no Universo do que cultivar a nossa relação e ter lindos momentos ao seu lado, como deveria ser desde sempre.
Eu o amo. Bem-vindo de volta, autoamor!
Direitos autorais da imagem de capa: Wesner Rodrigues/Pexels.