Desde as últimas eleições para a Presidência da República, no final de 2013, uma polarização, carregada de ódio, tomou conta das redes sociais.
Mensagens violentas, insuflando o ódio, a discriminação e as fobias se espalham com rapidez assustadora, isso sem falar nas fake news.
No caso da morte da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro, o programa Fantástico, da TV Globo, dedicou um bom tempo, inclusive, para falar sobre as fake news. Outro fator que chamou a atenção foi a necessidade do programa voltar a falar no assunto, depois de um tempo, uma vez que se notou mal-estar nas redes sociais. As pessoas nem prestam atenção no que é dito e já saem destilando ódio.
Mas o que leva alguém a lançar mão dessas postagens ofensivas para tentar, de alguma forma, ser vistas e lembradas, mesmo que por algo tão negativo?
Claro que não é possível generalizar, mas, pelo que percebo, uma parte considerável dessas pessoas têm uma vida tão vazia, tão sem objetivos, que só lhes resta esse tipo de atitude ofensiva.
Óbvio que esse comportamento virtual nos choca, muitas vezes até mais do que na vida real, pois eles nos agridem em nosso meio social.
É como se aquela pessoa estivesse em nossa própria casa, dizendo suas impropriedades doentias. Então desejamos rebater e, para isso, precisamos escolher entre duas posturas: tirarmos aquela pessoa do nosso convívio virtual ou retrucarmos suas mensagens com veemência.
Eliminar simplesmente a pessoa pode parecer uma atitude de fuga e essa é uma sensação muito desconfortável, mas retrucar esse tipo de mensagem, quase sempre, é irritar-se em vão.
É preciso admitir que ignorar pessoas assim, também é uma forma de enfrentamento e que discutir com elas, além de não promover mudança, ainda pode fazer com que se sintam valorizadas. Se o que nos incomoda é a falta de respeito com a qual fazem esse tipo de postagem, devemos nos lembrar de não agir do mesmo modo e que respeito não significa aquiescência. Dessa forma, livrar-nos do inconveniente de manter qualquer tipo de ligação com postagens ofensivas, parece uma boa ideia.
No entanto, ficar longe dos comentários maldosos não basta; acredito na força da indignação quando a usamos em favor de buscar mudanças. O que indigna você é o que lhe moverá para a luta pela transformação. Assim, uma forma de combater postagens irracionais é usar de seu espaço com racionalidade, buscando postar mensagens educativas, esclarecedoras e reflexivas que alcancem pessoas preparadas para entendê-las e igualmente disseminá-las.
O que muda o ser humano não é o que lhe é imposto e sim o que o faz pensar.
Por isso acredito que a melhor forma de combater tanta irracionalidade não é retrucando quem as fomenta, mas criando mecanismos que influenciem outras pessoas a refletirem sobre o quão irracional é a violência em todas as suas formas de expressão.
Caso a pessoa em questão o incomode demais, utilize das ferramentas disponíveis em redes sociais como o facebook, que é pedir para não ver mais aquele tipo de postagem.
Essa é uma forma de pouparmos a nossa paciência, afinal, não somos obrigados a ler aquilo que não nos interessa, nem nos faz bem.
Direitos autorais da imagem de capa: pixabay – JESHOOTS-264599