Estamos sempre entre curvas e avenidas, entre a nossa prece e o nosso desespero, muitas vezes, cercado de medos e dúvidas.
Vidas que, por vezes, nos ensinam tanto, nos traduzem, nos olham com olhar de benevolência e querência, nos olham como quem nos entende, sem nos encher de recalques, vergonha ou decepção.
Vidas que se misturam ao nosso tempo, mostrando-nos as nossas bagagens e onde queremos ficar ou, ao mesmo tempo, pertencer feito empréstimos de Deus.
Por vezes, desafinamos, saímos do tom, cansamos. Por vezes, estacionamos. Por vezes, tocamo-nos para ver se ainda estamos aqui, se ainda não deixamos de nos amar, de nos revelar para aquilo que é mais profundo em nosso ser.
Tocamo-nos para ver se ainda estamos em sono profundo, se não despertamos para o que é mais importante para o nosso momento.
É imprescindível recarregar as baterias do espírito, acenando com coragem para a frente, vivendo o que for permitido viver.
Estamos entre a cruz e a espada, entre a alegria e a dor de algo que veio sem esperarmos e, de repente, entristeceu-nos o coração.
É o pulsar daquilo que pode ser breve, pode ser extenso, pode ser leve e acalentador. Pode ser Deus dizendo para prestarmos mais atenção em nós mesmos, à nossa volta e ao que ainda temos em mente como atos de amadurecimento, cura e perdão.
Estamos sempre entre curvas e avenidas, entre a nossa prece e o nosso desespero, muitas vezes, cercado de medos e dúvidas.
Estamos entre o amor a paixão, entre as sensações que se emaranham em nosso peito pedindo para que saibamos agir dentro do sim, do não, dos nossos conflitos por vezes impulsionados pelo que não conseguimos tirar de dentro de nós.
Dispersos, muitas vezes, não percebemos aquilo que realmente sentimos; muitas vezes, não paramos para nos analisar, para nos buscar, para nos compreender, para aprender a colocar pontos finais em coisas doídas, em tantos e tantos pensamentos que se misturam ao nosso “eu”.
Estamos sempre em busca de algo que se contrasta com nosso jeito, algo que não se acumule em nós como o peso da mão que machuca, da palavra que fere, da atitude que nos destrói.
Estamos em constante encontro, constante envolver com as nuances do que conseguimos ver e perceber. Estamos entre os contrastes, entre os nossos labirintos, entre nossas saídas e rotas de fuga, entre os abraços de chegada e despedida.
E a vida sendo esse sopro onde tudo de repente pode acontecer, ensina-nos muito. Só não aprende quem não crê, só não aprende quem se acha superior à vontade de Deus.
Só quem atravessa desertos sem um dia de sombra entende que é preciso enfrentar o caminho das adversidades com compostura espiritual, fé e gratidão. Todos nós um dia estivemos entre o abismo e a salvação, entre a distância e a reaproximação.
E quanto maior for nossa luz, mais seremos ajudados, mais nos ajudaremos; quanto mais nos religarmos a essa essência divina, mais estaremos conectados ao divino. Estamos e precisamos de nós mesmos. Estamos em constante aprimoramento e evolução!
A cada destino traçado, há a mão de Deus nos guiando e nos intuindo. Devemos perseverar com Ele no coração!
Direitos autorais da imagem de capa: Mesut Kaya/Unsplash.