Uma gota de sono pode ser o oásis no deserto, a cura para as paranoias e a garantia da sanidade mental.
1,2,3,4,5,6,7,8… carneirinhos e os olhos esbugalhados, feito bulica de jabuticaba. As possibilidades podem ser imensas: tomar água, ir ao banheiro, ver o que está passando na TV, fazer planos, arquitetar o futuro, rezar um terço, invocar um mantra, fazer um exercício de relaxamento, escutar uma música… uma gota de sono pode ser o oásis no deserto, a cura para as paranoias e a garantia da sanidade mental.
No filme, “O maquinista” ou “O operário”, o protagonista não dorme há um ano. E, nós, o quanto valorizamos a dádiva do sono? Do descanso e da qualidade de vida? Será que em alguma cultura antiga, algum povo chegou a brindar pelo Deus do sono?
De fato, trabalhar, consumir, ser produtivo 24 horas por dia tornou-se troféu divulgado e idolatrado em nossa sociedade. Quanto menos dormir e mais produzir, melhor.
Sacrificamos algumas horas de sono por entretenimento ou trabalho e o que vemos na rua são zumbis caminhantes.
Juntamo-nos a eles, nos nossos passos apressados e colecionamos fotos, viagens, comidas, baladas, festas, redes sociais, sonhos, ansiedades, diplomas, cursos e trabalho… muito trabalho.
Aí, quando nos vemos só, por um pequeno instante, o vazio nos preenche e por vezes questionamos: onde foi, mesmo, que eu deixei a minha paz? Afinal de contas, o que estou a fazer neste mundo?
Uns passam por uma crise existencial, outros continuam sem entender muito bem e, outros param e reorganizam suas vidas. Pois, nunca é tarde para recomeçar!
Para parar um tempo e avaliar nossas prioridades, para levar em conta a qualidade de nossa vida e não a quantidade, o ser e não o ter, para começar a agradecer pelo sono de cada dia e não se punir por ter descansado.
Nunca é tarde para decidir desacelerar, para jogar fora a competição maluca que você tornou a sua vida, em busca do almejado “SUCESSO”. Não é tarde para dar um ponta pé naquela inveja, que você insiste em sentir das postagens no mundo virtual, ou mesmo diante das conquistas alheias. E entender que você tem o seu tempo de realizar e ele é seu, não há comparações.
Entender que sempre é tempo para agradecer! Agradecer pela paz que habita em seu ser, quando a mente se esvazia. Não se culpar pelo não pensar e pelas belas noites de sono. Ao contrário, agradecer pela dádiva de tê-lo.
Faça as pazes com o sono, reconecte-se com seu próprio eu, o seu interior, a sua melhor companhia e desfrute do prazer de existir.
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