A saudade chega num cheiro, numa cor, num lugar, numa visão, através de sons ou simplesmente no silêncio.
Tem certos dias que acordo com um desconforto, uma sensação de estar engasgada com vontade de chorar, sorrir e uma confusão de sentimentos que não consigo entender.
Olho para trás! O nome disso é saudade. Ela chega e muitas vezes não sei identificar do que ou de quem! Talvez de uma época, de um momento, de uma vivência, de pessoas…
São tantas as pessoas que passam por nossas vidas e que sempre deixam marcas boas ou ruins. Não importam suas digitais, impressões ficam. Alguns podem perder um pouco de sua cor e brilho, outras o tempo intensifica e deixa mais forte o seu contorno.
A saudade chega num cheiro, numa cor, num lugar, numa visão, através de sons ou simplesmente no silêncio. Em momentos a vontade é de sair correndo e trazer de volta do “céu”, do País distante, da cidade, do vazio que deixou.
Aí você lembra que tudo tem seu tempo e um porquê. Que pessoas vão e vem e você também.
Ah, como seria bom viver um pouquinho de tudo novamente. Um “remember” de um abraço, de um beijo, daquele afago gostoso. Memórias. Uma sensação indescritível de bem viver. Músicas, palavras e até discussões! Amizades, amores e cumplicidades tão explícitas. Que nos completam e nos agregam! Fazem crescer na hora do dor, mas principalmente na hora do amor!
Um grito, um suspiro, um respiro. Oh, saudade, porque você é assim, tão espaçosa, indelicada e intrometida? Talvez seja apenas incompreendida! Você resume e sintetiza o que se viveu! Você adoça, você esquenta.
Dizem que ter maturidade é saber aceitar o que se foi. Aceitar, aceitar e aceitar. Nem sempre é fácil. Mas o tempo ajuda e como ajuda!
Posso ser sua dona e acordar você a hora que eu quiser. Você está guardada aí num cantinho especial. O contrário também é verdadeiro. Você pode me dominar. Faz-me fechar os olhos, meu peito se encher de delícias e as lembranças chegarem. Uma lágrima pode escorrer, um sorrisinho tímido de cantinho de boca aparecer e um balançar de cabeça. Todos quase instintivos!
Mas sou grata por você existir! E também por não aceitar você ir e sair de mim senhora dona saudade. Chegue a hora que quiser e vá à hora que eu mandar. Talvez não queira mesmo que vá. E NUNCA, nunca em tempo algum me diga adeus!
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