“Que rosto bonito, se ela fosse mais magra seria linda”, “se o cabelo dela fosse liso ia valorizar mais”, ” até que é bonita, só precisava ter um pouco mais de corpo”, parece que todos esses “se” não acabam nunca, é quase impossível agradar a todos já que beleza é algo muito subjetivo e o que é bonito para uma pessoa, pode ser horrível para outra.
Porém, as mídias “idealizaram” um modelo a ser seguido, o famoso tamanho 36/38. Depois disso, você já está fora dos padrões, o que faz muitas mulheres procurarem por dietas milagrosas, pílulas, procedimentos estéticos, tratamento caros e dolorosos e terem uma insatisfação pessoal e um desgaste enorme.
Uma pesquisa feita pela empresa Sophia Mind mostrou que 57% das mulheres estão insatisfeitas com seu corpo e mais de metade delas 61% é relacionado ao peso.
Além das terríveis gordurinhas, existem duas outras grandes vilãs, celulites e estrias e muitas mulheres passam parte da sua vida tentando combater os furinhos e marcas. Mas o que é o certo, Rô? Seguir os padrões de beleza ou ir contra e assumir os seus “defeitos”?
Não existe o certo ou errado nesse caso, o que importa é você escolher o caminho que a faça sentir-se bem com o que faz e com o que vê no espelho, pois não existe um padrão que vá incomodar uma mulher que está de bem consigo mesma.
Segundo a sociedade brasileira de medicina estética, a celulite atinge 90% das mulheres em todo o mundo e, ainda assim, é motivo de vergonha e causa grande insegurança.
Nas últimas semanas, duas notícias causaram grande alvoroço: Anitta no lançamento de sua nova música de trabalho “Vai Malandra”, onde logo no início do clipe mostra seu bumbum e pernas com celulite, como que dando uma carta de alforria para as mulheres dizendo “eu também sou normal, tenho celulites e vocês também podem ter” e Preta Gil em uma viagem para Jericoacoara (CE) em que fez um clique onde aparece de biquíni e mostra, sem vergonha nenhuma, alguma as celulites da coxa. Ambas notícias levantaram a muita discussão, enquanto alguns criticaram as imagens, outros as apoiaram pela atitude em mostrar um corpo real sem Photoshop.
É curioso ver que, hoje, em pleno século XXI, mulheres que são donas do seu negócio, que movimentam a economia, ainda decidem se esconder atrás de roupas compridas para não mostrar suas “imperfeições”.
Os padrões de beleza mudaram muito ao longo dos anos, enquanto, nos anos 40, mulheres com curvas acentuadas e cabelos enrolados eram consideradas ícones femininos, com a chegada dos anos 90, mulheres magérrimas passaram a ser o corpo ideal, logo, as mídias passaram a dar ênfase aos corpos das modelos, um biotipo que faz parte da minoria das mulheres.
Hoje em dia, muito se fala em corpos bem desenhados, malhados e cada vez mais é feita a ditadura da barriga chapada. Na prática, não é tão simples libertar-se de preconceitos e padrões, especialmente quando se vive isso na pele.
O primeiro passo, e o mais importante de todos, é conhecer a si mesmo. Isso dá a mulher poder para decidir qual é o corpo que ela quer ter.
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Pensando nisso, quero compartilhar algumas dicas de como se livrar dos padrões de beleza e de entender que você é do jeito que é, com seu biotipo, cabelo, gostos, “imperfeições” e que, se você não se sente feliz desse jeito, tem todo direito de mudar e melhorar, mas perceber que você já é linda do jeito que é, fará com que você possa tomar a decisão de mudança, não apenas baseada no que as mídias estão falando e sim no seu cuidado consigo mesma e especialmente na sua saúde.
Invista em seus pontos fortes
Ao Invés de perder tempo em frente ao espelho, criticando aquela espinha horrorosa que apareceu no seu queixo, que tal olhar os pontos fortes que você tem? A espinha não vai sair dali só porque você está furiosa. Invista mais tempo se elogiando do que se colocando para baixo! Lembre-se: você deve ser a sua melhor amiga! Talvez seu cabelo não seja do jeito que você sonhou, mas a pele do seu rosto é incrível, você tem um sorriso lindo ou olhos que chamam a atenção por onde passa, foque nisso!
Aceite elogios
Existe uma técnica maravilhosa para lidar com elogios. Você olha para a pessoa, sorri e diz “muito obrigada”, simples né? Nem tanto, pois algumas pessoas se justificam quando são elogiadas! “Que vestido lindo!”, “comprei na promoção”. Adorei as suas unha”, “já estão descascando”. Aceite todos os elogios que receber, mesmo que você não concorde, depois reflita sobre o que lhe foi dito e incorpore na sua vida. Não há mal algum em você aceitar e admitir que é uma mulher bonita.
A prioridade é sua saúde
A busca pelo corpo perfeito, além de causar danos psicológicos é prejudicial para saúde, em muitos casos, como dietas malucas, exercícios exagerados, aparelhos duvidosos, medicações milagrosas e procedimentos sem equilíbrio.
Além dos casos de erros médicos, rejeição de materiais pelo organismos, efeitos colaterais, transtornos alimentares, sendo os mais conhecidos como anorexia e bulimia. A melhor escolha é buscar ter um estilo de vida saudável, procurar a ajuda de profissionais capacitados e questionar-se: por que eu quero mudar o meu corpo, é por mim ou pelos outros?
Chega de competições
Você não está em uma competição. É normal meninas crescerem querendo ser mais bonitas que a amiguinha, o problema é quando isso toma uma proporção na vida adulta de “competir” para estar no ranking entre as mais bonitas da turma. Você não vai ver dois homens na praia falando: “Que linda aquela mulher, mas você viu como ela tem celulites?” Ou: “Aquele biquíni não ficou bom nela, olha as gordurinhas aparecendo!”. Esse seria um diálogo entre duas mulheres. Nós somos as maiores julgadoras umas das outras e para mudar todos esses padrões que existem e que nos aprisionam, precisamos juntar forças e acabar com essa competição que não soma em nada em nossas vidas.
Cuide da sua autoestima
O maior de todos os desafios é ter sentimentos positivos sobre si mesma, trabalhar o autovalor e a aceitação, lutar contra a insegurança. Aprender a se gostar e se valorizar deve ser um exercício diário, que traz resultados maravilhosos! Uma mulher que sabe se amar, sabe do seu valor e consegue identificar que ela pode, sim, ter uma relação bem resolvida com seu corpo e com a balança, sem se sentir inadequada e fazer boas escolhas, se optar por mudanças.
Sem Neuras
Sabendo que perfeição não existe e que até aquela mulher perfeita, capa de revista, acorda com o cabelo desarrumado de manhã e trava brigas com o espelho, pegue leve com você. Pode acontecer de em algum momento você querer ter mais coxa ou diminuir seu nariz, não se culpe, se isso acontecer, mas não fique alimentando esses pensamentos. Comece a repetir “eu me amo e me aceito”, “eu sou bonita” ou fale o que você mais gosta em si mesma, o importante é não se deixar levar por pensamentos que só vão acabar com sua energia e segurança.
Você não é obrigada
Por fim, quero lembrar que você não é obrigada a nada! Você não precisa deixar de comer seu doce favorito, estar sempre impecável, usar roupas da moda, usar salto alto ou ter um corpo dito perfeito.
Você só precisa se conhecer e saber o que faz sentido na sua vida, o que lhe faz bem, afinal você tem total liberdade para escolher. Não siga padrões para agradar à sociedade, seu marido, sua família ou suas colegas de trabalho.
Isso não significa que você não precise se arrumar, usar maquiagem, fazer academia ou preferir comida balanceada ou tudo que a faça feliz, o fundamental é encontrar o equilíbrio entre o que a sociedade espera de você e o que você está disposta a ser.
É preciso refletir, especialmente agora, com a chegada do verão sobre essa imagem que a mídia impõe.
Quantas mulheres lindas ficarão escondidas atrás de saídas de praia, encolhidas embaixo de um guarda-sol ou correndo até o mar, para que os outros não vejam as suas celulites?
As mulheres precisam elas mesmas e se libertar dessa visão distorcida de beleza, aceitar seu próprio corpo e entender, finalmente, que não serão alguns furinhos a mais ou a menos que definirão quem elas são.
Tenha uma vida com menos cobranças e leve ao pé da letra essas três recomendações: ame-se, conheça-se e respeite-se. No mais, mulher, vá ser feliz!
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