Na vida existem dois tipos de pessoas: as insuportáveis, e as insuperáveis.
O primeiro é aquele que vive buscando nos outros a sua muleta, pois não sabe, ou não quer, suportar a si mesma. Assim como diz a raiz da própria palavra, suportar vem do Latim – supportare, que significa “carregar, levar, transportar”. Necessita, portanto, usar outras pessoas como suportes para carregarem o peso de seus problemas, conflitos, medos, inseguranças e revoltas. É alguém que se encosta em outras pessoas, tentando sugar-lhes a força, a luz, o mérito.
Torna-se, assim, um verdadeiro “encosto” vivo. Quase literalmente precisa de alguém para “camelar” por ela, já que o camelo é um animal que sempre serviu a este préstimo.
Como não consegue suportar sozinha o peso de seu aprendizado na vida ou, como dizia Jesus Cristo, não consegue “carregar a própria cruz”, tenta jogar essa cruz sobre alguém a quem julga ter a “obrigação” de fazer isso por elas (lembrando que, quando Jesus proferiu estas palavras, ainda não havia sido crucificado.
Portanto, ele não se refere à cruz romana, que é um símbolo de sofrimento, e sim à cruz como um símbolo místico de autorrealização espiritual, cuja barra vertical se refere à relação com o nosso Deus interno, nosso Cristo interno, atuando sobre a barra horizontal, que representa a nossa relação cármica com o mundo e as pessoas).
Por isso, é uma pessoa competitiva, invejosa, que precisa da luz de alguém para, tentando lhe desmerecer, exaltar a si mesma. Normalmente, entendemos por insuportável aquela pessoa chata, implicante, crítica, cheia de raiva, irritação, insatisfeita com a própria vida, com tendências a julgar e desmerecer o modo como os outros são e agem. Ao invés de colocar energia na própria vida e em seus objetivos, prefere seguir pelo atalho da depredação daquilo que os outros constroem, a fim de “aparecer” com algum destaque, já que não consegue existir por si mesma, não se suportando em seu próprio mundo!
E para deixar de atrair ou de permitir a permanência de gente insuportável ao seu lado, não aceite o jogo da crítica, da tentativa de lhe imbuir sentimentos de culpa e te enfraquecer.
Confie em si mesmo, saia dessa vibração e deixe a pessoa se enrolar com o seu emaranhado de amargura até que, quem sabe um dia, aprenda a receber e dar amor, gentileza e gratidão.
Em suma, não aceite o peso do aprendizado do outro às custas de ser prejudicado. Não se ofenda ou se magoe, apenas seja firme e se afaste! O que não acrescenta e torna sua caminhada mais difícil é peso morto. Deixe o seu caminhar mais leve!
Existe, ainda, o segundo tipo de indivíduo: o insuperável! É aquele que se suporta em si mesmo, conhece seu valor, sua força, sua responsabilidade diante da vida em evolução. Não projeta nos outros as suas dificuldades, age com maturidade e segue crescendo, ainda que tenha percalços a serem superados. Possui a consciência de que as pessoas podem até ajudá-lo, mas não são muletas ou degraus, e não devem ser pisoteadas para dar-lhe impulso, como faz a pessoa insuportável quando encontra alguns “camelos” emocionais.
A palavra insuperável vem do Latim – in-, negativo, mais superare, de super, “vencer, conquistar, dominar”, ou seja, aquele que não se vence, não se domina, não se conquista. O insuperável já é um indivíduo que conquistou a si mesmo plenamente, que se autodomina, que venceu a si mesmo e ao mundo do ego, e hoje vive na exaltação do seu “eu” divino, não necessitando suportar-se em mais ninguém!
- Comportamento: Como identificar se você é transgênero
Podemos viver em um mundo de pessoas despertas, insuperáveis, porém que se ajudam, que se apoiam, sem suportar a sina dos outros!
O insuportável compete, tentando se sobressair e superar ao outro, e por isso mesmo se perde, pois não conhece o seu próprio valor, vive preocupado com o “vizinho”.
Já o insuperável somente procura superar a si mesmo em suas imperfeições, e quando vence no mundo é porque primeiramente venceu a si mesmo!
Direitos autorais da imagem de capa licenciada para o site O Segredo: 123rf / deagreez