Não podemos permitir que pessoas ou circunstâncias, lugares ou vínculos, ou qualquer coisa que seja roube-nos de nós mesmos.
Isso ocorre quando nos doamos a troco de nada, quando abrimos mão de cuidar do nosso eu e nos tornamos disponíveis demais, deixando de lado as nossas convicções e a nossa autoestima, tudo isso em nome de um suposto sentimento que o outro nutre por nós.
É a ilusão em movimento disfarçada de amizade, amores puros, sentimentos reais, “sentimentos” que na verdade transgridem o nosso ser, por isso, ter alguém que simplesmente nos procura por conveniência é fácil, fazer-se sentir útil somente quando é para suprir o necessário é fácil, pense nisso!
Quem não valoriza e nem contempla a sua presença deve sempre aprender a valorizar as suas ausências. Simples assim.
Não coloque ninguém acima das suas importâncias. Quando se relacionar com alguém, seja no campo da amizade ou algo mais íntimo, não seja dependente. Isso é nocivo, causa escravidão sentimental e medo.
Hoje, muitas pessoas têm extrema facilidade em se esquecer umas das outras. Por motivos que, às vezes, são sem relevância nenhuma, elas estão priorizando outras coisas, outros momentos, futilidades, talvez.
Mas exercite primeiro perdoá-las e deixá-las ir. Não guarde ressentimentos, mágoas, porque isso só faz mal a quem sente, mas faça questão de guardar as lições que isso lhe trouxe, pois nada acontece por acaso. Há situações que nos moldam para que coisas e pessoas novas coisas entrem em nossas vidas, por novos motivos, novos propósitos.
É necessário que nos desarmemos das âncoras que nos prendem a um passado de coisas que nos feriram, é uma escolha e uma permissão individual deixar virar uma cicatriz do mais puro aprendizado ou uma nova ferida aberta, todos os dias, por lembranças e culpa, porque as recordações com mágoas, sentimentos de remorso, nada mais são do que uma ferida que você mexe e não se cura. É preciso cuidar e ter a sabedoria necessária para que as nossas marcas internas não nos guiem para um abismo. Os nossos erros podem, sim, nos transformar em pessoas melhores. As adversidades que cada um de nós enfrentamos podem se tornar um pilar de autoconhecimento ou, simplesmente, pode nos tornar escravos disso, durante toda a vida.
Não podemos nos vestir da culpa e fazer disso um escudo para nos proteger de coisas futuras. No presente, só devemos carregar conosco aquilo que aprendemos como lição.
Direitos autorais da imagem de capa: Anastasiya Lobanovskaya from Pexels