Todos os dias, lemos inúmeros artigos e relatos sobre insistir ou não em um emprego em que somos infelizes, ou sobre pessoas que estão em busca de recolocação há muito tempo.
Histórias de todo o tipo, e de todos os dilemas possíveis.
Quem passa pelo problema, sorve todas as dicas e experiências compartilhadas na esperança de encontrar as próprias respostas.
Entre a necessidade da mudança e o medo do novo, um obstáculo imenso. E o novo pode significar pedir demissão, mudar de área, iniciar um empreendimento.
Mas não é fácil dar o passo decisivo, mesmo quando enfrentamos o desemprego.
Por vezes, insistimos em buscar algo exatamente igual, ignorando os sinais do mercado nos mostrando claramente um esgotamento da atividade ou coisa similar.
É importante aprender com as experiências dos outros, mas nada melhor do que criar a sua própria, abrindo-se de todas as maneiras, escancarando seus medos.
Sim, no início é muito difícil. Mas é necessário viver a sua história, para poder evoluir.
E a verdade é que a dor é um componente de impulsão.
Enquanto a ferida está aberta é difícil enxergar algo positivo, mas com o tempo podemos ver que precisávamos dessa prova para crescer, em todos os aspectos.
Eu sei bem, afinal acabei de sair dessa tormenta e, embora ainda esteja engatinhando, já posso ver meu futuro com mais clareza e confiança.
Eu sou a Claudia Taulois. Idealizadora da Engaging. Queria contar para vocês o porquê de criar essa plataforma, e como cheguei até aqui.
Eu não acordei e do nada pensei: puxa, vou criar uma rede para pessoas em fase de transição profissional, pois achei uma ideia bacana!
Eu estava deprimida por ter perdido meu emprego, e percebi que conseguia me conectar melhor e mais facilmente com pessoas que estavam nessa situação.
Um lugar diferente das demais redes, em que tudo parece tão lindo e perfeito. Um lugar para sermos nós mesmos.
Um espaço para compartilhar e aprender com a experiência alheia, enquanto aprendemos e buscamos as respostas para a nossa própria.
Depois de quase 14 anos à frente da área de Comunicação de uma multinacional, fui mandada embora por questões totalmente pessoais, depois de ter passado pelo meu melhor ano, comprovadamente bonificado e reconhecido por diversas pessoas.
Não é fácil.
Além da tristeza, eu me sentia perdida, incapaz de recomeçar em outro lugar depois de tanto tempo.
Aliados a isso, a crise do país, o desemprego nas alturas e eu com meus 47 anos. Tudo jogando contra.
É um sentimento que só quem vivencia entende.
Quando pensei em criar a Engaging, achei que a conexão com as pessoas seria fácil, afinal, quem passa pelas mesmas dores costuma nos entender, e dessa empatia surge uma relação de confiança.
Mas nem sempre é assim, pois as pessoas têm muita resistência para falar.
Visualizei uma grande corrente em que realmente nos uniríamos neste propósito.
E vou dizer algo que pode ser um divisor de águas para quem está iniciando essa jornada: falar sobre o problema é fundamental. Pedir ajuda é mais do que crucial. Essas atitudes nos ajudam e aliviam o peso dos ombros.
Não precisamos ter vergonha de nada. Sentir medo é normal. A insegurança faz parte. Só não podemos ficar paralisados. Passado o momento do luto, é preciso organizar a vida e reagir.
Saber o que cortar no orçamento, pensar no que é preciso se atualizar. Iniciar um planejamento, retomar o networking. Pensar nas habilidades e propósitos de vida. Entender o próprio ciclo de empregabilidade e o perfil.
Definir o que quer fazer! Agir!
São muitas coisas mas, se entendemos o processo, tudo fica mais fácil. Como diz meu amigo Ronaldo Cerqueira: “Desistir não é uma opção!”
E é isso que a Engaging quer ser para quem estiver passando por esse momento. Espero sinceramente que possamos estar próximos, e que ajudar possa ser cada vez mais natural.
Posso dizer que eu encontrei meu caminho, e com ele a cura das minhas dores. Espero que cada um possa trilhar esse percurso da melhor forma e encontrar seu lugar ao sol.
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