Um grande receio de todos que sofrem com a diabetes é ter de amputar algum dos membros por conta da doença.
De acordo com o enfermeiro da Membracel, Antonio Rangel, especialista em Podiatria Clínica e referência no tratamento de feridas e pé diabético, 85% das amputações são precedidas de uma lesão nos tecidos dos pés:
“Devido a uma lesão chamada neuropatia diabética, é comum a perda da sensibilidade dos membros inferiores afetando, inicialmente, os dedos e outras áreas dos pés. No caso dos diabéticos, o menor machucado pode infeccionar e evoluir facilmente para um caso grave de gangrena, correndo o risco de amputação”, disse Rangel à Sociedade Brasileira de Diabetes.
Pele pode ser regenerada em até três semanas
No entanto, uma criação dos cientistas do Instituto de Pesquisa de Materiais (IIM) da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) pode acabar com esse medo e trazer grande esperança para todos os diabéticos que correm risco de ter algum membro amputado.
Os pesquisadores criaram um adesivo que regenera a pele de pessoas diabéticas em menos tempo. “Conseguimos que a regeneração ocorra no período máximo de 21 dias; é um grande avanço, porque para os pacientes com diabetes, uma ferida representa modificar seu estilo de vida, além de afetar sua saúde e condição psicológica”, disse a pesquisadora de pós-doutorado no IIM, Concepción Peña Juárez.
De acordo com os dados informados pela universidade, um em cada dez mexicanos é diabético, e de cada vinte diabéticos, um sofre alguma amputação. Esses dados foram descritos como alarmantes pela instituição, por isso os pesquisadores receberam a tarefa de desenvolver alguma estratégia que ajudasse a diminuir esses números.
Nano e micropartículas com bioativos
Os adesivos são feitos com nanofibras, as quais contêm nano e micropartículas, que carregam bioativos e quando são colocados no tecido danificado (úlcera diabética), dissolvem-se e começam a liberar os ativos instantaneamente.
Peña Juárez explicou que, se o adesivo for usado no estágio inicial da lesão, é possível evitar a amputação, porque tem efeito imediato e impede a proliferação de micro-organismos e infecções.
O projeto desenvolvido pelos pesquisadores ganhou o primeiro lugar na categoria projeto de pesquisa, na área de inovação tecnológica, com a melhor pontuação registrada na segunda edição do concurso “Promoção da inovação na UNAM”.
A pesquisadora ainda comentou que o pedido de patente já foi feito e que deseja dimensionar o projeto para finalizá-lo e poder distribuir o adesivo nacional e internacionalmente.
“Este concurso é uma das melhores maneiras de melhorar como país e alcançar melhores condições de bem-estar. O objetivo é oferecer um espaço para reunir ideias de modelos de negócios com impacto inovador, além de resolver problemas nacionais”, afirmou Juan Manuel Romero Ortega, coordenador de Inovação e Desenvolvimento da UNAM.
Quantas coisas incríveis podem ser criadas quando existe investimento! Esperamos que esses adesivos cheguem até nós o mais rápido possível, porque certamente ajudarão a melhorar muitas vidas!
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*Com informações de Revista Proceso.
Direitos autorais da imagem de capa: UNAM.