Todos nós temos pelo menos algum mentiroso em nossas vidas. Essas pessoas criam mentiras para fugirem de suas próprias responsabilidades, para enganar aqueles ao seu redor ou para criarem uma imagem de alguém que não são.
As pessoas que estão sempre mentindo deixam de ter uma resposta emocional às suas próprias mentiras, isso significa que suas mentiras não criam em si mais nenhum tipo de sentimento, o que torna a prática cada vez mais comum e menos “errada” aos seus olhos.
Sabemos que uma das grandes capacidades de nossos cérebros é a de se adaptar às nossas experiências, moldando-se de acordo com as nossas necessidades. Nesse contexto, as mentiras são uma habilidade, algo que aprendemos e aperfeiçoamos com a prática.
A neurociência, de uns anos para cá, traz até nós muitas informações sobre as mentiras. Uma das mais alarmantes é que a personalidade desonesta é o resultado de hábitos contínuos. Isso significa que as “mentiras brancas” podem se desenvolver para um hábito frequente e prejudicial para nós, porque passam a se tornar um “modo de vida”.
A ligação entre cérebro dos mentirosos e a amígdala
O comportamento de alguns mentirosos é tão absurdo que nos chama a atenção. Todos sabemos de sua desonestidade, mas, mesmo assim, eles se agarram às suas mentiras e tratam como normais suas atitudes tóxicas e egoístas. Será que essas motivações negativas são motivadas por algum fator biológico?
De acordo com a Tali Sharot, professora de neurociência cognitiva da University College London, existe, sim, um componente biológico, mas também um processo de treinamento, e a amígdala é a estrutura cerebral responsável por esse tipo de comportamento. Os cérebros das pessoas mentirosas se “remodelam” de certa maneira e eliminam sentimentos de culpa ou emoções. O cérebro dessas pessoas se adapta à mentira e à desonestidade, de forma mais simples.
A mentira muda o funcionamento do cérebro
O professor de psicologia Dr. Dan Ariely conduziu um experimento que revelou que a estrutura cerebral dos mentirosos patológicos tem 14% menos substância cinzenta, porém mais substância branca no córtex pré-frontal, cerca de 22 a 26%. Simplificando o conhecimento, os cérebros dessas pessoas estabelecem muito mais conexões entre suas memórias e suas ideias, o que lhes permite trazer mais “realidade” às suas mentiras em menor tempo.
Essas informações reforçam a afirmação de que o hábito da mentira é desenvolvido dentro de nós e é reforçado conforme o praticamos.
Para o Dr. Ariely, os resultados são preocupantes. A amígdala está muito presente na manifestação de reações emocionais e na aprendizagem de conteúdo emocionalmente relevante, e o fato de ela não reagir em determinados momentos pode revelar que estamos perdendo algumas das características que nos classificam como humanos.
As pessoas que não possuem empatia, que não enxergam o quanto suas atitudes podem impactar na vida de muitos, estão em falta de humanidade, de sentimentos. Isso é algo que devemos trazer para nossas vidas, para nossos relacionamentos, e procurar evitar a todo custo!
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