O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apontou que um em cada três estudantes entre 13 e 15 anos sofre bullying regularmente no mundo.
Esse tema traz um grande desafio para as nossas escolas públicas e privadas para entendermos, na perspectiva psicossocial, por que elas estão no centro de um gravíssimo problema: o número crescente de casos de bullying, depressão e suicídio de crianças e adolescentes. Por sua vez, é um aspecto novo por se tratar da fluidez do mundo líquido, onde tais fenômenos afetam a saúde mental da comunidade escolar.
Hoje é inegável que a violência atinge os nossos jovens, envolvendo homicídios, agressões, automutilações, etc.
É uma epidemia que tem interrompido centenas de vidas e sonhos, provocando uma onda de medo na sociedade e, por conseguinte, nas escolas.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apontou que um em cada três estudantes entre 13 e 15 anos sofre bullying regularmente no mundo. Também em termos mundiais, o suicídio é a segunda causa de morte de adolescentes, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
No Brasil, de 2000 a 2015, os suicídios aumentaram 65% na população de 10 a 14 anos, e 45%, na de 15 a 19 anos, conforme o levantamento do sociólogo Julio J. Waiselfisz, coordenador do Mapa da Violência no Brasil. E os dados atuais do Sistema Único de Saúde (SUS) indicam aumento de 18% nas ocorrências de suicídio de adolescentes de 10 a 19 anos no país.
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Além disso, uma pesquisa digital da Revista Nova Escola, de 25 de junho a 19 de julho de 2018, com mais de 5.800 educadores, constatou que, entre eles, 66% já tiveram de faltar ou se afastar do trabalho por um problema de saúde, sendo que, em 53% dos casos, os afastamentos foram por questões de saúde mental.
Os números são assustadores e revelam um cenário de adoecimento biopsicossocial, que demanda que as institucionais de ensino busquem a prevenção da saúde mental do seu corpo docente, que pode transformar as escolas em um espaço mais compreensivo e acolhedor. Por isso, é importante desenvolver a prática da escuta e do diálogo afetuoso, com o objetivo de melhorar a comunicação e a sensibilização no ambiente escolar no que tange ao cuidado da saúde mental.
Assim, a promoção da saúde mental nas escolas precisa primar por uma formação lúdica, em que a troca de experiências seja um instrumento psicopedagógico mais generoso em uma comunidade de aprendizagem.
O psiquiatra Cláudio Naranjo nos diz que a vida emocional e sentimental é geradora de conflito ou de cooperação, que é a base estruturante da vida, que dispõe de um papel fundamental nas escolas.
Então, é importante a presença de psicólogos e psicanalistas no ambiente escolar para trabalhar essa temática e equilibrar as reações socioemocionais como forma de enfrentar os problemas de saúde mental, já que a crise do mundo contemporâneo alcança o microcosmo escolar.
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O filósofo Edgar Morin nos alerta para o fato de que a verdadeira crise da atualidade é a nossa incapacidade de constituir verdadeiras relações afetivas, o que se tornou uma crise insustentável, mas que pode ser vencida dentro das escolas.
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