Fiz silêncio várias vezes. Quando gritaram comigo, quando me ofenderam, quando me julgaram por alguma coisa, quando me culparam por algo ou me humilharam. Tive vários motivos em minha vida para revidar.
Fizeram-me chorar e perder a paz muitas vezes ao longo da vida. E eu? Fiz silêncio. Não por autocontrole, não por inteligência emocional (pelo menos não no início). Fiz silêncio porque a minha mãe sempre me ensinou a não revidar. E o que mais pode alguém que nos ama nos ensinar, senão coisas boas para nosso crescimento pessoal?
Ainda com aquela sensação de injustiça, que praticamente nos obriga a revidar, procurei sempre entender o porquê do outro me tratar mal, de alguma forma, ou me desejar mal.
Entendia, em alguns casos, mas não compreendi nunca. Porém, isso também não me impediu de continuar sem revidar.
A vida vai passando e a gente descobre que não pode impedir o outro de pensar o que quer que seja a nosso respeito. Em algumas situações, não conseguimos modificar a forma como o outro nos enxerga e não importa o quanto a gente se esforce para mudar essa perspectiva, ela pode simplesmente nunca mudar.
A gente também descobre que o que é do outro, é só dele, e é com ele que deve ficar. A raiva, o ódio, a imaginação negativa a nosso respeito. Tudo isso só pertence ao outro.
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E o que podemos fazer de melhor, é impedir que isso nos atinja, que nos deixe aflitos e angustiados. E, principalmente, que mude a forma como nós mesmos nos enxergamos.
Fazer silêncio pode parecer algo muito difícil no momento da raiva. Segurar as pontas, calar-se diante de uma injustiça, pode parecer o mesmo que tentar manter um tubarão num pequeno aquário. Mas o tempo nos mostra o quanto isso pode ser precioso. Escolhendo fazer silêncio, mantemos em nós algo intacto que nos mantém mais próximos do que é bom e do bem.
Não me refiro aqui a situações com pessoas que nos amam, até mesmo porque, para aqueles que amamos não precisamos nos explicar, justificar ou nos defender, fazemos isso exatamente porque também os amamos. Fazemos por prazer e para tranquilizar alguém, quando julgamos necessário. Mas, falo daqueles que não fazem parte do nosso círculo de amor, daqueles que pouco sabem sobre quem realmente somos.
Portanto, não se deixe incomodar pelos gritos e injustiças daqueles que sequer conhecem a sua história ou a sua vida.
Segure firme, respire fundo, procure aí dentro onde está o seu Deus e peça para ele guardá-lo e silenciar a sua ira. O silêncio promoverá milagres e trará a justiça que você precisa.
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