Quando os casais tinham muitos filhos, mesmo que muitos deles depois de adultos fossem viver bem longe, alguns ficavam por perto, formavam suas famílias e estavam sempre muito presentes na casa dos pais. A modernidade trouxe outro estilo de vida.
As mulheres no mercado de trabalho, planejamento familiar e o número de filhos cada vez mais reduzido.
Hoje nós planejamos ter poucos filhos porque a maioria das mulheres tem sua ocupação profissional e sobra pouco tempo para se dedicar aos cuidados que as crianças exigem.
Ainda há a proposta de dar todo o conforto e favorecer os filhos o acesso a uma boa educação e oportunidades, o que torna impossível ter muitos filhos.
Nossos filhos, que mesmo antes de nascer, por anos ou décadas de nossas vidas, absorveram toda nossa atenção, a quem dedicamos nossos dias, organizamos nossas vidas em torno da vida deles, crescem e se tornam independentes.
Planejamos por anos o futuro dos filhos e quando o futuro chega, com nossos filhos adultos, independentes, muitas vezes morando distante, realizando seus próprios projetos de vida, nos damos conta que nossa vida ficou vazia de sentido.
Mesmo que tenhamos mais facilidades para estar em contato com os filhos que moram longe por meios rápidos proporcionados pela tecnologia, pelas redes sociais, esses contatos não substituem a presença física e surge a “síndrome do ninho vazio”, com a falta de sentido para a vida que vai tomando o espaço deixado com a ausência dos filhos.
A “síndrome do ninho vazio” é um aviso: está no momento de reorganizar nossas vidas. Criar novos projetos. Investir nosso tempo em prazeres que muitas vezes tivemos que deixar de lado porque ocupávamos todo o tempo e dinheiro para cuidar dos filhos.
Podemos voltar a estreitar nossas relações com familiares e amigos que talvez estejam passando, também, pela “síndrome do ninho vazio”.
Voltar a estudar; fazer aquele curso de inglês, que não teve tempo para fazer ou um curso de cerâmica, artesanato, jardinagem.
Levantar a autoestima nas aulas de dança ou musculação na academia.
Aprender a nadar, tocar violão ou a pintar telas.
Marcar reuniões mais frequentes com os amigos e familiares.
Fazer viagens em excursões para lugares que gostaríamos de conhecer
Plantar horta, jardim ou criar galinhas.
Adotar um animal de estimação.
O que importa é não deixar o vazio tomar lugar do compromisso que tínhamos para com nossos filhos.
Certamente, estaremos mais felizes e nossos filhos mais tranquilos, sabendo que, mesmo na ausência deles, continuamos bem e fazendo coisas que gostamos.
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