Quando me tornei mãe, entendi que aquele ditado antigo “Você só vai entender sua mãe, quando for mãe”, realmente faz todo sentido.
Hoje, todos os dias, quando vou ao quarto dos meus filhos de madrugada e dou um beijo em cada um deles, depois de verificar se estão cobertos, ou respirando (acredite, sua mãe faz isso até hoje, não importa a idade que você tem, rsrsrs) lembro-me de cada detalhe da minha mãe fazendo isso, lembro-me de que, mesmo dormindo, esse gesto era um aconchego para mim e me fazia suspirar. Eu sabia que ela estava ali e isso me dava segurança.
E por falar em segurança, ainda tento entender de onde vem essa ideia de que quando nos tornamos mães ganhamos super-poderes.
A gente passa a acreditar que pode proteger nossos filhos de tudo. Mas é de TUDO mesmo, desde o coleguinha de creche que o morde, até a chuva que pode deixá-lo resfriado.
Acreditamos que nada de ruim vai acontecer, se nossos filhos seguirem o nosso conselho, ouvirem a nossa bronca ou se estiverem sempre ao nosso lado.
Também temos o dom de ser bipolares eternamente, depois de um filho. A gente está surtando em um minuto, jurando que “nunca mais”, e no segundo seguinte estamos chorando de saudade, reclamando que o tempo está passando rápido demais.
E ai de quem mexer com um filho nosso. Não interessa se você briga com ele todos os dias pelo mesmo motivo, NINGUÉM pode chamar a atenção dele que não seja você, senão é arrumar uma inimiga na certa.
Ser mãe é viver numa infinita montanha russa, a gente aplaude, chora, cuida, socorre, acalma, ensina, protege, alimenta, dia a dia, cansa, achando que deu tudo errado e se culpa, e mesmo assim, no dia seguinte, começando tudo de novo.
E feliz das mães que ainda podem contar com as suas mães nessa difícil missão!
Quando me tornei mãe, eu descobri o que era o amor incondicional e que a graça da vida está em apreciar cada segundo do tempo que nos resta com nossas mães e com nossos filhos.
Ser mãe é, sim, “padecer no Paraíso”, aprendendo a aprender e ensinar, a cair e levantar, convivendo com a certeza que você é responsável por alguém além de você durante 24 horas por dia… e que medo que dá isso!
Mas é aí, no momento do caos, que a gente percebe, que a grande dádiva de ser mãe é essa… não ter certeza de nada e recomeçar todos os dias em novidade, vivendo cada dia de uma única vez.
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