Existe pessoas que sempre deixam a vida rolar. Sem foco, sem objetivos, com alguns sonhos meio dissipados entre as tarefas que cumprem na corrida do dia a dia. E quem não faz isso tantas vezes durante o percurso?
Outras aprenderam que é necessário fazer sempre mais. Elas necessitam mostrar a si mesmas, aos outros, ao mundo que estão agindo. Mesmo fazendo um esforço sem sentido para elas mesmas.
Mas há também aquelas que permitem que a vida siga este fluxo e trabalham, mentalizando seus desejos, sem precisar de esforços descomunais para que as coisas se materializem. Outras agem, criam, realizam, mas não para os outros, e sim para si mesmas, para crescer, aprimorar-se e percebem os frutos de suas ações se concretizando.
A vida não é nem braços cruzados nem trabalho e esforço mental e físico constantes. Se o tempo todo nós só pensamos no que queremos ou não focamos em nada e apenas jogamos para o Universo, sem praticar o desejo e senti-lo, as coisas podem não sair do lugar. E aí entra a frustração, o desânimo, a angústia.
Nessa de chegar lá, de fazer e acontecer, que tal dedicarmos um tempo para ser? Ser menos impaciente, mais colaborador, menos crítico, mais divertido, menos mal-humorado, reclamão, chato? Mais leve, mais tranquilo, mais feliz?
Há quem ache o máximo chegar ao final do dia e desfilar seus afazeres e esforços nas redes sociais, ou no jantar em família, ou no papo com quem quer que seja. Dá um cansaço só de ler ou ouvir.
Claro que há dias que realmente estamos exauridos. Mas isso não pode se repetir sempre, por toda a vida, como o resumo de nós mesmos. Se você pensar em onde isso pode levá-lo e não tiver uma resposta que satisfaça, pare tudo.
Vale a reflexão sobre como estamos lidando com nossos sentimentos, emoções, nossa essência em meio à vida mecânica, automática que, muitas vezes, conduzimos. Será que estamos conscientes destas ações? A vida no automático é sem brilho, sem prazer, sem graça.
Se para existirmos neste contexto, a exigência é sempre um grande esforço, muito trabalho, pouco descanso, muita luta para se chegar a algum lugar, a grande maioria de nós estaria destilando felicidade, riqueza, prosperidade, saúde e sucesso.
Entretanto, o que se vê é um mundo de muito desgaste em todos os sentidos e poucos frutos e realizações que satisfaçam. Não, não é falta de merecimento e sim a maneira de compreendermos o sentido da vida e das conquistas. E esta compreensão está distorcida, senão, errada.
Então, desacelere. Desfoque do que não é para você e vá viver. Encontre outras maneiras, outras perspectivas e enxergue-se importante neste mundão que o trouxe aqui, acima de tudo, para desfrutar de tudo isso e ser feliz!
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