Você sabe o nome do seu vizinho que mora do lado esquerdo? E do lado direito? Ah, você mora em apartamento? Sabe, por acaso, o nome de quem mora no andar de cima? E no de baixo?
Se você sabe o nome de algum de seus vizinhos, parabéns! Isso tem se tornado cada vez mais difícil atualmente.
Mas… Como é o seu relacionamento com seus vizinhos? Tratamento amigável ou nenhuma saudação? Já foi até a sua casa pedir uma xícara de açúcar emprestado?
Que tempo bom quando tínhamos em nossos vizinhos pessoas confiáveis e amigas. O ser humano vivia em família com quem morava próximo. Ao realizar festas, os vizinhos eram sempre convidados. Havia cumplicidade e cordialidade. Se acontecesse algum problema em nossa casa ou com alguém de nossa família, lá estavam eles, prontos para ajudar no que fosse preciso. Quando havia uma mulher dando à luz, era o vizinho que a levava ao hospital ou então ele ia correndo chamar a parteira mais próxima. Nos finais de semana, sentavam-se todos nos bancos das praças ou em frente das casas e conversavam por horas a fio. Os muros das casas eram baixos, podendo assim facilitar um maior contato.
Brigas e desentendimentos? Sim, havia também, porém era tudo tão perto que acabavam fazendo as pazes mais cedo ou mais tarde.
Entretanto, os muros começaram a crescer…
Hoje em dia quase ninguém sabe o nome de quem mora perto. Dar um simples “bom dia” virou coisa rara ou inexistente. Convidar, então, para uma festa, é algo fora de cogitação.
Os muros estão cada vez mais altos (não somente os que delimitam a área do terreno), mesmo sem ter havido algum desentendimento. Se uma mulher está prestes a dar à luz, chama-se a polícia, bombeiros, ou um parente que mora do outro lado da cidade, mas raramente o vizinho. Afinal, nem o nome dele sabemos.
Por que entramos na internet em busca de amizades se bem do lado de nossa casa podemos encontrar bons amigos?
O ser humano perdeu a confiança no ser humano? Contar algo íntimo a alguém tão próximo? Não, é melhor contar a alguém que nem sabe se o que estou dizendo é verdade.
Por que ser cada vez mais sozinho, isolado? Por que não fazemos uma “visita de cortesia” ou de “boas vindas” quando uma nova família ou pessoa vem morar na nossa rua? Por que não se organiza festas apenas para unir a todos da rua? Em poucos lugares, geralmente no interior, ainda existe muito disso. Que bom!
Antigamente era raro alguém morrer sozinho dentro de casa e só descobrirem dias depois, por exemplo. Hoje nada sabemos, nada vemos, nem conhecemos as pessoas que vivem próximas de nós.
Lamentável, não?