É assombroso ter de escolher e decidir a cada segundo e, para piorar, não poder culpar ninguém, se algo der errado.
Todos temos medo das escolhas, porque elas, além de dolorosas e decisivas, podem levar ao fracasso, e todos temos medo de fracassar e, mais ainda, de os outros notarem que estamos “na pior”. Muitas vezes, as escolhas são dolorosas e sacrificantes, mas são necessárias, pois as boas escolhas nos levam ao sucesso, enquanto as más nos ensinam como não errar novamente.
Vivemos alardeando nosso desejo de liberdade, mas não notamos o pânico que sentimos quando somos livres para escolher, porque aí nós nos tornamos os culpados pelas escolhas, sejam elas boas ou ruins. Nós nos tornamos os “senhores dos nossos destinos”. É assombroso ter de escolher e decidir a cada segundo e, para piorar, não poder culpar ninguém, se algo der errado.
Pablo Neruda disse: “Você é livre para escolher, mas prisioneiro das suas escolhas.”
Já parou para pensar em quantas escolhas já fez hoje e em como elas impactaram a sua vida? Se você escolheu comer algo calórico ou não, escolheu sair a estudar, se fez isso e não aquilo, em todos esses momentos você estava escolhendo e, automaticamente, deixando de fazer algo.
Todos queremos muitas coisas e sonhamos com elas mas, para consegui-las, além de decidir que aquilo é realmente importante, precisamos fazer escolhas que as tornem possíveis.
Como decidir o que é realmente importante na hora de escolher?
A melhor forma de fazer isso é simplesmente listando as suas prioridades. Pare um momento e pense no que o faz feliz, no que traz satisfação a você e quais são seus planos de vida. Liste-os por ordem de importância. Eles devem ser agora o guia para as suas escolhas. Se você escolhe priorizar sua vida profissional, fazer um curso de aperfeiçoamento, é mais importante do que sair no fim de semana com os amigos. Se a família for a escolhida, então você pode deixar de lado uma confraternização com os colegas de trabalho, e assim por diante.
Visualizar seus objetivos é a forma mais fácil de conseguir escolher. Lembre-se de sempre atualizá-los e não tenha medo de mudar a ordem deles ou adicionar outros, quando tiver vontade.
Não vá para os extremos das escolhas!
Não é porque você escolhe priorizar a sua família, que estará a todo momento com ela, ou se escolheu o trabalho, que estará sempre tentando ser promovido e reconhecido. Uma boa escolha é sempre fazer um pouco de tudo, é aproveitar o melhor e não cair no radicalismo de ficar focado em sempre escolher para um único objetivo.
Permita-se escolher outras coisas e sair da rotina. Às vezes, mudar o foco e viver novas situações dá a você a oportunidade de pensar em suas decisões e prioridades, de perceber se suas convicções estão corretas ou se devem ser mudadas.
Não tenha medo de admitir que errou!
Todos cometemos erros e enganos, é impossível sempre acertamos nas escolhas. Não precisamos ir muito longe para ver o erro de alguém ou o nosso. Reconhecer que erramos e ser íntegros para corrigir é uma das obrigações que temos ao escolher.
Não tenha vergonha de mudar a sua decisão ou de simplesmente resolver “inovar” em alguma escolha. Mude, permita-se o diferente. Tenha cautela e pense sempre nas consequências de seus atos, mas permita-se viver. Escolher é muito importante, mas não podemos ficar presos à obrigação de sempre escolher corretamente e com isso nos tornarmos engessados e calculistas.
Somos livres para viver! Não se prenda o tempo todo a regras e escolhas, pense e tente agradar ao seu racional e emocional em todas as decisões. E, se ao final, algo der errado, orgulhe-se de ao menos ter tido coragem de tentar ser ou fazer.
Lembre-se de que você sempre pode começar novamente e, mais ainda, você sempre pode se reinventar e se transformar.
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