Tomara que a realidade confirme a minha expectativa. Ou será que não deveria tê-la? Um longo exercício.
Não há como falar em relacionamento entre pessoas e não cogitar o binômio – expectativa versus realidade.
Como dói quando nossas expectativas com relação a relacionamentos familiares, sociais, amorosos ou profissionais não se realizam!
Como dói quando nos sentimos frustrados por não correspondermos – nós mesmos – às expectativas de pais, mães, irmãos, amores, equipe. Neste caso, nós nos culpamos por decepcioná-los pessoalmente, fisicamente, no sucesso esperado, na inteligência ou destreza aplaudida. Aquele sinal/comportamento/atos que enxergam ou esperam de nós e que pessoalmente não reconhecemos.
Quem já não se frustrou por não receber um presente inesperado; pela não comemoração de uma data especial ou pela falta de um abraço, porque tais atos eram insignificantes ou passaram despercebidos pela outra pessoa?
A falta de elogio pelo trabalho bem feito, ou de agradecimento pela colaboração no projeto, tudo vira motivo de frustração e, infelizmente, acaba-se por jogar a culpa de tamanha infelicidade na pessoa pela qual criamos – nós – a expectativa de satisfazer essa carência pessoal.
A realidade, por vezes, se mostra distante da probabilidade ou viabilidade do esperado – da expectativa. Em outras, tão próxima, que o resultado para satisfazer o que se projetou era quase palpável, mas não foi atingido. Em todos os casos, por não haver esta correspondência expectativa X realidade, abre-se um fosso em nosso íntimo.
Fica a pergunta: Como não criar expectativas?
A princípio, o básico é aprender a trabalhar e reconhecer – sempre – o que é real e está sob nosso controle, diferenciando do que é fantasioso e apenas probabilidade. O que é fato e o que é centelha de vir a ser – com relação a si próprio e aos outros.
Segundo, não confiarmos nossa felicidade a atos, palavras ou ações de terceiros – seja ele quem for. Ser lembrado, amado ou reconhecido é bom para o ego e para o espírito, mas não ser dependente de reconhecimento é libertador.
No instante em que se deixa de buscar satisfazer as expectativas dos outros ou se reconhece que ninguém é obrigado a atender às suas, as frustrações desaparecem como em um passe de mágica.
Todavia, essa mudança não é uma estrada fácil. Há ansiedade, desesperança, desencontros entre as tentativas e as ações.
Uma coisa é certa, quanto menor a expectativa, menor a decepção.
Reconhecer e se relacionar com outra pessoa a partir de como ela se apresenta para você, e não do que você espera dela, é arrebatador! Neste mesmo caminho, não permitir que esperem de você a realização de algo além de seus próprios desejos, esperanças ou sonhos é de uma leveza para o corpo e o espírito ainda maior.
Namastê!
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