Eu nem sempre fui bom em tomar decisões. Já escolhi caminhos muito diferentes do que gostaria.
Já passei muito tempo vivendo uma vida que não era minha, tentando alcançar patamares e escalões que também não eram para mim. Seguindo pessoas, dizendo coisas, emanando o supérfluo.
Mas quando, enfim, eu me dei conta de onde estava, de quem eu era, do que estava vivendo, eu simplesmente resolvi ir embora. E olha, nunca fui aplaudido de pé. Por quê?
São poucas as pessoas que têm coragem de ir embora. São poucas as pessoas que têm coragem de abrir mão da velha rotina. São poucas as pessoas que têm coragem de abrir mão de si mesma.
Pronto, foi tudo perfeito após fazer isso. Não, não foi! Meu mundo continuou escuro e sombrio, naquela energia. Eu dera o primeiro passo, saído da rotina, mas ela não queria sair de mim, da minha cabeça turbulenta.
Mesmo após meses e meses buscando me encontrar em diversos cantos, sonhos, pessoas e momentos, após perder quem eu fui, eu também não encontrei quem eu era e quis desistir. Desistir de mim. Quis acreditar no fato que havia errado todo meu caminho. Quis desistir da minha certeza tão confiante. Quis desistir do que meu Ser me soprava.
Dei ouvido aos murmúrios, deviam estar todos certos o tempo todo e eu ainda sim segui meu instinto, meu íntimo e, no fim, além de errado, eu era teimoso. Eu estava exausto.
Só que naquele tempo eu já fora longe demais, “naquela altura do campeonato” eu já pegara um barco e estava em maré alta. Mesmo assim, eu me sentia nas profundezas do oceano. Entreguei os pontos. Chorei. Sofri.
E então neste momento, entre meus soluços, Ele me ergueu:
“Disseram que não há Luz onde habita a escuridão, mas se meu filho semelhante de Mim, disser “haja Luz”, haverá Luz, em qualquer lugar que seja. Como no princípio assim o fiz. Sempre que se sentir perdido, permita a Luz entrar, peça por ela e toda a escuridão irá embora.”
Logo, eu entendi que eu já tinha a resposta, só não tinha parado para escutá-la. Entendi que fui confiante de mim, mas que fui individual demais. Entendi que os murmúrios por mais que me irritassem, eles eram necessários, eram parte do meu aprendizado. E entendi que eu não estava em escuro nenhum, eu só não tinha me dado conta de onde estava. Em plena Ilha de Mim.
E ainda sim, só hoje já perdi o sentido da vida umas quatro vezes, só que, ainda bem que encontrei aqui. Porém, tem dias que durmo sem encontrá-lo, às vezes passam-se dias e dias neste tormento todo. Mas eu sempre acabo abrindo os olhos.
Porque hoje dinheiro não é mais meu foco na vida. Crescer profissionalmente não é meu objetivo principal. Minha preocupação não é estética. Pois do dinheiro quero o que é necessário, não estou interessado em um carro melhor, uma casa maior, uma roupa mais chique, porque isso sempre irei encontrar.
Meu foco é agradecimento. Pois do trabalho quero fazê-lo bem feito. Mas antes de me realizar numa empresa, quero me realizar como ser humano.
E da beleza, eu quero o que encontrar no espelho e aceitar de bom grado o que me é oferecido. Minha preocupação é ter um belo coração.
E a força que você precisa para dar o primeiro passo, está no principado do inocente, na calada da noite, no fundo do poço, nos seus dias mais tristes, nas suas cicatrizes mais doloridas. A força está na humilhação, está na fraqueza, está no sangue, está na desgraça. Cada pedacinho de dor, cada partícula de tristeza, cada gota de lágrima, está repleta de força.
A força só precisa ser dominada por você, só precisa ser sentida por você.
Pegue tudo que você tem e transforme em força. Em coragem. Você rugirá mais que um Leão, voará mais que uma Águia. Acredite em você. Eu sei quem vive aí dentro. Eu sei do que Ele é capaz!
Abra os olhos!
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