Tudo começou naquele olhar…
A mulher caminhava para o seu local de trabalho, iniciado de pouco. Um turbilhão nos sentimentos: euforia e ansiedade a um só tempo.
Estava vestida com peças de cor clara: uma saia tipo jeans e uma blusa rosa, adquirida recentemente, muito mimosa.
Os cabelos bem naturais, assim como o rosto, maquiado levemente e o indefectível batom na cor rosa.
Ela subiu as escadas que dava para a sua sala. No topo, um homem moreno.
Ao se aproximar desse homem houve uma troca de olhares tão penetrante, principalmente por parte dele, que ela se sentiu varrida, invadida, titubeou, quase perdeu o rumo.
A mulher, então com 35 anos, recém completados, não entendeu porque um homem tão jovem e bonito olhara para ela daquele jeito.
Ela estava num momento delicado, pois mudara de função no meio do ano. Em casa as coisas não estavam bem, ela se sentia pronta e acabada para a vida. Apesar de ter um belo corpo, achava-se meio fora de forma, devido a um leve aumento de peso.
Aquele olhar foi a fagulha que despertou algo que ela julgava morto. Muito mais que lisonja, ela se sentiu incomodada.
Eis o homem: bonito, másculo, moreno e com um par de olhos que eram uma loucura. Naquele dia, naquela troca de olhares, iniciou-se uma revolução tão grande na vida dessa mulher, que a faria renascer e se descobrir.
Só que os desdobramentos advindos dessa descoberta não terminaram da forma esperada, pois além de implicar o sofrimento de muitas pessoas, o forte sentimento de uma paixão avassaladora teve que ser reprimido, sublimado.
Mas, apesar de tudo, fez essa mulher brilhar, desabrochar, ficar ainda mais bonita e desejável. E ela é grata a esse belo e complexo homem por ter lhe permitido viver, na entrada da maturidade, sentimentos tão conflitantes e desejados.
Um grande amor platônico. Sem toques e talvez, por isso mesmo, tão intenso.
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