Quando baixamos nossa guarda e deixamos de dividir o mundo entre culpados e inocentes, criminosos e vítimas, percebemos que a vida está constantemente a ensinar que o melhor caminho é o amor. É impressionante o dom que temos para fazer o dito bem. A mesma mão que fere pode curar.
Sabe porque o mundo está inseguro e violento? Porque somos inseguros e violentos.
Sabe porque há injustiça social? Porque somos injustos em nossas pequenezas pessoais.
O bem e o mal não existem em separado e na coletividade. Eles fazem parte de cada um de nós, estão infiltrados em nosso cotidiano. Somos luz e sombra, ying e yang.
O incrível é que não nos apercebemos disto em nossas atitudes.
Às vezes, quando somos feridos e magoados, imediatamente empunhamos uma arma e disparamos nossa mágoa contra alguém, que em alguns casos nem sequer conhecemos.
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Simplesmente porque não sabemos lidar com nossa frustração. Como se fosse justo dar continuidade a uma cadeia de dor. Querendo ser justiceiros, agimos como meros vingadores em busca de paz. Mas, ela não será encontrada no ardor da guerra,
Se parássemos para analisar com menos calor nas emoções, veríamos que nada abranda o que sentimos. Mas, somos imediatos no sentimento egoico. E nele, sentimos um certo prazer em espalhar nossos problemas pelo mundo afora.
Então, agredimos o outro como a dizer: “Venha ver o que eu estou sentindo!” Como se fosse possível dar um lampejo dos nossos sentimentos subconscientes, aqueles que mesmo escondidos de nós mesmos, estão repletos das nossas vivências.
Precisamos ter mais consciência do mal que podemos ser no mundo. Em alguns momentos, um gesto mal-empregado, uma frase mais atravessada ou uma simples mensagem abandonada ao acaso pode ser algo tão agressivo quanto um tiro de fuzil. Não importa se atingiu o alvo ou não. Tal como no crime, podemos ser sentenciados pela intenção. O nosso juiz interno cobra caro a perda de um valor essencial à vida que é o respeito humano. Dedos em riste magoam tanto quanto armas.
Então, da próxima vez que alguém o ferir ou ameaçar, tente não se deixar invadir pelo “inferno do outro”, não disseminando mais mágoa e rancor. Quebre a cadeia e ao invés disto, vibre amor.
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Assim, o bem que desejar a si mesmo, deseje também ao próximo, tal qual o que não quer para si, não deseje a ninguém. Deseje o bem até a quem você acredita ter gerado seu mal-estar, pois se todos somos um, a energia é um espiral e ela volta na forma que você a enviou.
O tiro que fere o próximo sempre volta a si de alguma forma. Uma bala perdida pode atingir vítimas inocentes e, com certeza, deixa vestígios nas mãos do franco-atirador.
Se acredita que a sociedade está doente, cure as suas mazelas. Mesmo rodeados de desculpas do ego, nossa alma sente o peso de ferirmos alguns inocentes neste faroeste.
Sem intenção ou por legítima defesa, é importante levarmos em conta que responderemos pelos danos colaterais que causamos. Mesmo que alguém transforme o mal que fizemos em bem, ainda assim teremos agido mal se geramos dor. Mas, se ainda assim persistir a desculpa, pense que poderia ser você, ou quem você ama, a vítima e guarde a arma no coldre.
Quando baixamos nossa guarda e deixamos de dividir o mundo entre culpados e inocentes, criminosos e vítimas, percebemos que a vida está constantemente a ensinar que o melhor caminho é o amor.
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É impressionante o dom que temos para fazer o dito bem. A mesma mão que fere pode curar.
O dedo que aponta pode afagar. Portanto, ao invés de tiro, disparem flores porque o mundo – e quando digo o mundo, estou a falar de nós – está precisando de mais amor, por favor!
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