Nunca desista dos seus sonhos!
Quando escrevi este texto, eu tinha dois objetivos: mostrar a grandeza da cidade e mostrar o quanto é importante ser perseverante, acreditar em si mesmo e nunca desistir. Sou a prova de que temos de lutar pelos nossos sonhos, mesmo que a vida seja amarga e, em muitos casos, em um caminho árduo e espinhoso, em que até pensamos em desistir, temos que ter fé e acreditar sempre.
Não é o frio, a crise econômica, incapacidade física ou mental que nos limita, apenas a falta de confiança na possibilidade de vitória é o que nos coloca barreiras. É por isto que o maior inimigo dos nossos sonhos somos nós mesmos, quando nos deparamos com algum obstáculo a tendência é recuar. É por isto que sempre tento mais de uma vez.
Posso dizer que nem sempre foi assim, mas depois que se vence uma barreira tentando, as outras tornam-se mais fáceis. É um exercício contínuo que a vida coloca à nossa frente e temos que aprender a lidar com isto como forma de nos superar continuamente.
A vida foi feita para se ter conquistas, então, nunca desista dela!
— Quando cheguei a São Paulo, trazia na bagagem poucas roupas, cansaço e um violão, companheiro das viagens. Pensava em economizar um dinheiro e voltar para montar uma banda de rock, mas o destino preparou outra coisa muito boa!
Desci em Congonhas, atravessando a passarela, magro e cabisbaixo. Tinha, apenas, a esperança de mudar de vida. Peguei um ônibus, desci no terminal do Guarapiranga e outro para Piraporinha em Santo Amaro — ainda não me confundo se é estação ou terminal — fui para casa de uma amiga que me concedeu um quarto – ela foi umas das pessoas que conhecia a dificuldade que tínhamos em Salvador, mas também conheceu alguém que, mesmo com as dificuldades, sempre trabalhou. Nesta cidade gigante, a única coisa que tinha era a pouca experiência em desenvolvimento de “software” e a em manutenção de sistemas e computadores.
Com uma entrevista agendada, em uma fábrica de “software”, enfrentei frio, o que era o dos menores dos problemas, e fui reprovado! A tristeza de ser reprovado na primeira entrevista é dolorida, vem a decepção… e o frio, algo em torno de 13.º, para alguém que nunca enfrentou abaixo dos (21.º). Duas calças, 3 blusas e uma jaqueta, eram pouco para me aquecer. Lembrava sempre que precisava ajudar à mãe, ao pai e aos meus irmãos. Isso tudo me deu gás para tentar. Com apenas 100 reais, mais o dinheiro da passagem de volta, estava disposto a tentar novamente e novamente… dei-me a única opção: mais entrevistas.
Pensava que estava em São Paulo para ter sucesso e crescer profissionalmente, cheguei até pensar em ir para a construção civil ou qualquer coisa. Já seria melhor que a vida que tinha antes, pois, aqui tinha oportunidades.
Acordei em uma segunda, fui para o Google procurar por vagas de emprego, e na primeira página apareceu uma vaga na XXX Informática, mandei o currículo e em poucas horas uma moça do RH conversa comigo e agendou uma entrevista. Então, fui aprovado, novamente no frio, porém, muito feliz! Para minha surpresa, logo em seguida, fui informado que tinha outra etapa, fazer a entrevista no cliente — não entendia como funcionava a relação consultoria-cliente — pensava que, se fosse aprovado, estaria contratado, mas enfim fui para a segunda etapa.
O Cliente era um banco Japonês, na data 03/10/2008 às 14:30, a emoção de andar na paulista, entrar em um prédio de quase 100 andares — eu contava as janelas – era sensacional!
No Banco Mitsui, a primeira prova de fogo em São Paulo, em um lugar onde as pessoas, em sua maioria, tinham os olhos puxados, — coisa rara em Salvador quando não há carnaval RS — senti-me em casa. A Entrevista foi com gerente da área, carioca que gostava de conversar, tivemos uma boa conversa e ele ficou de retornar para a consultoria. Lembro que, no mesmo dia, à tarde, tive retorno da consultoria e do cliente. Coloquei uma proposta de R$ 1 600,00, este valor era mais que o dobro do que tinha conseguido ganhar em salvador. Para minha surpresa eles tinham aprovado minha contratação com um salário de R$ 5 800,00, para mim, inacreditável; para São Paulo, uma oportunidade para quem gosta de trabalhar.
Agora, em uma nova etapa da vida, comecei a conhecer São Paulo e o que a cidade tem a oferecer, este ano farei 10 anos em SP. São Paulo faz 464 anos e eu poderia contar 464, ou até mais, coisas que o Estado me proporcionou.