É muito fácil se intrometer na vida dos outros, afinal como já diziam as nossas avós: “ há quem não tenha papas na língua”.
Mesmo considerando que todos agem da forma que desejam, é bom lembrar que devemos opinar somente se formos convidados ou se a história nos atingir de alguma forma.
Bons costumes vêm de berço, educação nos foi ensinada, mas sabemos que alguns desavisados ignoram. Nesse nosso novo mundo tecnológico, onde estamos ligados uns aos outros pela mágica da internet, expor a nós mesmos é opção. Uma vez feito isso, estamos propensos a interferências e julgamentos.
Houve um tempo em que sabíamos dos demais somente quando havia aproximação física, corpo a corpo. Só conhecíamos a vida e o comportamento além do nosso, quando nos era revelado com exclusividade. Escolhia-se a dedo a quem confidenciar e somente os confiáveis é que recebiam tal privilégio.
A interatividade da nova era trouxe, sem dúvida, maior abertura, porém, menos reservas. Por algum motivo passamos a contar com a quantidade de “likes” em nossas postagens, feitos quando divulgamos grande parte dos acontecimentos da nossa vida, sem ao menos nos preocuparmos com quem possa conhecê-la num todo. Às vezes, nós nos admiramos com a espontaneidade, mas, às vezes, nós nos assustamos com tamanha abertura.
Se pessoas desejam deixar tudo às claras, cabe-nos acompanhá-las ou ignorá-las, apoiando ou até criticando, quando considerarmos exagero de suas partes.
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Quando uma informação importante nos chega e é pertinente ao nosso interesse, sentimo-nos confortáveis para opinar. Penso que se não desejassem comentários, que então fossem mais comedidos.
O problema é que nos sentimos como uma grande família, mesmo quando não somos tão próximos; uma vez íntimos, consideramos que a nossa opinião seja esperada, mas nem sempre é. É preciso que haja mais consciência de que, se nos decidirmos por viver desta forma, ouviremos, inclusive, o que não nos agrada.
Embora sejamos pessoas que conheçam os riscos quando interferimos, esperamos que as nossas palavras sejam bem aceitas, já que nos foi dada a chance, só que não, nem sempre os outros estão dispostos a saber o que pensamos a respeito.
Ficamos num “mato sem cachorro”, optando em permanecer em cima do muro, como se não tivéssemos o menor interesse, ou também nos expomos, já que a nossa opinião ficará muito clara para quem quiser ver.
Fica o dito pelo não dito. Se não quiserem saber e nem estiverem preparados, que não nos ofereçam as oportunidades.
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