Sabemos o quanto os períodos de seca podem ser cruéis – o calor que não ameniza nem à noite, a desidratação, que pode acontecer mesmo quando bebemos muita água, e as condições de saúde despertadas por essa realidade são intensas para todos nós.
No entanto, para aquelas pessoas sem casa e sem dinheiro para se sustentarem, essa época do ano pode ser ainda mais grave. Imagine não poder tomar água ou banho frio para se refrescar?
Foi pensando nessas pessoas que a advogada Márcia Regina Pini, que vive em Porto Velho (Rondônia), teve uma grande iniciativa: construir um bebedouro público no muro de sua casa, com água gelada, para que todos aqueles que têm sede possam se refrescar ali.
“A sede é uma tortura”
Ao descobrir que muitos moradores de rua sofrem de problemas renais pela falta de água, ela decidiu fazer algo para ajudar e comprou todos os materiais necessários para a construção do bebedouro comunitário. “Eu fiquei pensando em uma forma que eles (moradores de rua) não precisassem tocar a campainha. E não só para atender essa população, mas qualquer pessoa que passar. Afinal, a água é a fonte da vida. A sede é uma tortura”, disse em entrevista ao G1.
Ela disse que os vizinhos e familiares não acharam a ideia muito boa, no começo mas, depois de algumas conversas, eles reconheceram a importância de sua iniciativa.
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Às vezes, as pessoas têm medo, ficam preocupadas, mas a população de rua não é violenta. Hoje, a gente vê pessoas passando, enchendo a garrafinha, e eu fico feliz de poder contribuir.
O bebedouro é limpo diariamente pela advogada e sua família, e copos de plástico descartáveis são colocados no local para que a água também possa ser levada pelas pessoas. O local foi visitado pela vigilância sanitária, que aprovou as instalações.
Márcia também decidiu decorar o bebedouro com azulejos, por conta própria: “Eu quis fazer uma arte e tinha alguns restos desse material, planejei e acabou saindo. Lembra uma tulipa.”
Os moradores que passam pelo bebedouro apoiam a ideia e também aproveitam para matar a sede.
“Normalmente, ninguém nem quer mostrar o que tem dentro de casa – quanto mais dinheiro, menos demonstração –, mas ela tem um bebedouro aí dentro, gelando o dia inteiro, já me ajudou, matou minha sede”, disse o auxiliar de serviços gerais, Márcio Kluska.
Richardson Bemer, autônomo, também aprovou a ideia. “Fiquei muito surpreso ao ver pessoas assim se solidarizando com as outras. Muitas pessoas não têm dinheiro pra comprar uma água engarrafada e esse bebedouro ajuda.”
Márcia ficou muito feliz com os resultados de seu bebedouro, mas não pretende parar por aí. Segundo ela, o próximo passo é construir uma cantina para fornecer alimento aos desabrigados.
Que ideia incrível! Ajudar outras pessoas sempre é um bom investimento de tempo e dinheiro! Parabéns à Márcia pelo grande coração.
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*Com informações de G1.
Direitos autorais das imagens utilizadas no texto: Diêgo Holanda/G1.