Verdade seja dita: você, sempre tão educado (a) e tão preocupado (a) em não ferir os sentimentos alheios, nunca teve a bondade de se olhar nos olhos diante do espelho e se pedir desculpas.
Chegou esse momento tão necessário, de silenciar para os ruídos externos e escutar a voz que vem dentro.
Peça perdão a si mesmo (a) pelas vezes em que se abandonou para atender às expectativas dos outros, pior ainda, expectativas de pessoas que nunca se importaram com você e que nem lhe queriam bem. Você queria ser aceito (a) e amado (a) a qualquer custo e acabou se violentando por isso.
Peça perdão pelas vezes em que disse ‘sim’ aos outros enquanto dizia ‘não’ a si mesmo (a). Você ignorou o seu cansaço, a sua dor, a sua indisposição, o seu desconforto, submetendo-se às vontades do outro, mesmo consciente de que a pessoa não merecia nada de você.
Peça desculpas a si mesmo (a) pelas vezes em que alguém disse que você era incapaz e você abaixou a cabeça e tomou aquilo como verdade. Tudo bem, você não tinha mesmo que argumentar com ela, mas tinha o dever dizer a si mesmo (a): “Essa pessoa está falando dela, não dê ouvidos”.
Peça perdão a si mesmo (a) por todas as vezes em que deu uma segunda ou décima chance a quem não mereceu nem a primeira. Isso se aplica aos relacionamentos amorosos, amizades, familiares.
Você sabia que aquela pessoa iria destruir o seu restinho de dignidade, mas, ainda assim, reconciliou com ela, ignorando o desconforto que sentia.
Peça desculpas a si pelos momentos em que não se permitiu chorar, mesmo sangrando. Aqueles momentos em que você vinculava o choro à fraqueza, ao invés de se abraçar e perceber que estava sendo esmagado (a) pelo peso do fardo.
Peça perdão a si pelas vezes em que se sentiu desconfortável quando as coisas davam certo. Você estava tão acostumado (a) com as tempestades que, quando a bonança chegava, você se sentia um peixe fora d’água. Diga a si mesmo (a) que você merece a felicidade, conforto, paz, respeito, amor e tudo o mais que você desejar.
Peça desculpas a si mesmo (a) por todas as situações em que você entende que foi omisso (a), covarde, negligente ou cruel consigo mesmo (a). Você, melhor do que ninguém, saberá identificar cada contexto. Faça isso o quanto antes, procure um espelho, olhe-se nos olhos e tenha esse momento consigo. Deixe a memória viajar, ir o mais longe que ela puder.
Não reprima nada, não finja nada, o momento será seu e de sua consciência. Aproveite e faça um monte de afirmações maravilhosas sobre si mesmo, olhando nos seus olhos.
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