O perdão é um tema muito comum e recorrente, visto muitas vezes como nobreza de caráter, benevolência, filantropia e até mesmo como ato de iluminação divina, mas não é isso – ou só isso.
Perdoar é, na verdade, um ato de moralidade, humanidade e, mais ainda, é ter inteligência emocional.
A empatia é muito importante para perdoar, e compreender a realidade do outro, que cada um carrega uma bagagem emocional formada pelas boas lembranças de infância, assim como medos e traumas, e que essas lembranças são constantemente usadas nas nossas decisões, é um ponto-chave na hora de criar empatia e perdoar.
Por que perdoar?
Cientistas, há muitos anos, estudam a saúde humana e o impacto do perdão nela. Eles descobriram que a falta do perdão gera inúmeros problemas para nossa saúde, seja emocional como física. Notaram que gera desde dores de cabeça até tumores, e na parte emocional, desde depressão até suicídio. Pessoas que perdoam vivem mais e melhor, elas dominam as próprias emoções e, consequentemente, as situações do cotidiano.
A empatia pode ser definida como a capacidade de se pôr no lugar do outro. Perdoar é relevar uma atitude ou ação de alguém. Mas, para conseguir exercer o perdão com empatia, algumas atitudes devem ser tomadas. Confira-as a seguir:
Aceite-se, perdoe-se!
Antes de oferecer o perdão para o outro, perdoe-se. Reflita sobre suas atitudes, reveja suas emoções, compreenda o porquê delas, ache o estopim das suas emoções, e depois que souber quando e o porquê de ficar vulnerável a elas, você passa a se compreender e se perdoar.
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Admita quem é e entenda que você é senhor do seu destino e criador da sua história, só então será possível passar a exercer o perdão e, mais ainda, a se entender e, se necessário, mudar.
Cada pessoa é única
Todos somos diferentes, e essa é uma das belezas da vida. Temos sonhos, desejos e medos únicos. Nossos valores e principalmente realidades são distintos, por isso, não existe um manual de instruções sobre como devemos tratar as pessoas, devemos, sim, agir com respeito sempre e ter atitudes como as que nos pedem os nossos relacionamentos. Tratar seu chefe como colega é um tremendo erro e pode acarretar num enorme problema, por exemplo.
Escute e esteja aberto para o diálogo
Escutar é muito mais do que apenas ouvir, é quando passamos a entender e compreender o que a outra pessoa disse, sem pré-julgamentos. Por sua vez, escutar é diferente de ouvir, que se caracteriza por apenas perceber que alguém disse algo. Esteja disposto a compreender o outro, atente-se à sua linguagem corporal, ela vai indicar se você está aberto ao diálogo e como está recebendo as suas informações. Prestar atenção ao que o outro diz e estar disposto a compreender sem julgá-lo são ações de empatia que evitam muitos conflitos.
Tome distância do problema e respire
Já ouviu aquela frase: “O espectador vê mais do que os personagens principais”? Ela é um bom exemplo da realidade. Muitas vezes, estamos tão presos a determinada situação que passamos a ver apenas um lado da coisa. Então, quando isso acontecer, afaste-se, respire fundo e reflita, pense no que o levou àquele momento, o que pode ser feito – e como – para o problema ser resolvido.
Tenha empatia e humildade para se colocar no lugar do outro e veja a situação por um ângulo diferente. Tomar uma distância segura do problema no nível emocional e elevá-lo ao racional vão lhe mostrar uma solução, a qual parecerá óbvia e evitará danos a você e ao próximo.
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Não julgue
Esse, com certeza é o passo mais difícil e desafiador. Perdoar é compreender que todos erram, é se pôr na realidade do outro e aceitar que não temos o controle de todas as situações. Não julgar é simplesmente não praticar o ato que vai, mais tarde, levar ao pedido de desculpas.
Procure se colocar no lugar daquela pessoa e ver o lado positivo de suas ações. Pense no que a levou a fazer tal coisa e quanto disso está ligado a más intenções e sentimentos. Muitas vezes, tomamos decisões sem pensar no que elas vão acarretar, nem ao menos pensamos no que nos levou a fazer aquela coisa ou o impacto que ela pode ter.
Permita-se sentir
O último passo, mas não menos importante para ter empatia e perdoar, é se permitir sentir, é rir sem se preocupar, sorrir sem ser para uma foto, é admitir que está irritado, é chorar quando precisar, é simplesmente viver o momento e aceitar que você é humano e tem sentimentos.
Sinta as emoções do dia a dia, mas saiba como controlá-las e não deixe que elas tomem o leme da sua vida. Permita-se sentir, sim, mas tenha sempre em mente que todos erramos, todos temos falhas e ninguém é perfeito. Exerça seu direito de errar e tenha nobreza de caráter para se perdoar e perdoar o outro, afinal, a vida não vem com um script, por isso é tão desafiador e divertido vivê-la.
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