A vida moderna nos dá presentes, talvez de gregos, mas são presentes. Cito alguns:
Tem qualquer dúvida? Ok, Google. E as respostas estão em suas mãos em áudio, texto e vídeo.
Tem vontade de se relacionar? Ok, Google. Você tem os apps de relacionamento nas suas mãos.
Quer assistir a um filme, seriado, novela, programas? Ok. Netflix, Youtube, GloboPlay e afins ao alcance de suas mãos. Precisa de um transporte? Ok. Uber (masculino e feminino), 99 e outros.
Trabalha-se muito sob a faca da competição. Garantia de trabalho com carteira assinada é extinção.
Concurso público que – de fato – efetiva é raridade. Fica-se mais tempo no trânsito ou em transporte público. Dorme-se pouco e mal. Come-se rápido e alimentos industrializados.
A vida moderna que dá. A vida moderna tira os PRESENTES como doce da boca de criança e ninguém percebe. Redes sociais digitais: muitos amigos curtindo, comentando. Rede de relacionamento: amigos, família…não existem, todos distantes.
Os seres humanos estão se esvaziando, na velocidade da luz.
Sabe aquele encontro de amigos? O abraço apertado, os tapinhas nas costas, o abraço balançadinho, dos 2 beijinhos em São Paulo, dos 3 beijinhos no Rio, amigas andando na rua de braços dados, homens caminhando com o braço no ombro do outro…
Lembra-se daqueles convites?
“Vem comer uma pizza, aqui em casa, no sábado!”
“Vou fazer aquele bolinho que você gosta, vem tomar um café comigo!”
“Vamos tomar um cafezinho na sexta?”
“Que tal jogar conversa fora, tomando um choppinho?”
“Aceita dividir um açaí comigo?”
“Vamos fazer as unhas juntas?”
“Topa dar uma volta no shopping com direito a um suco?”
Há quanto tempo você não recebe, você não faz esses convites?
Saiba que esses convites, esses encontros são benéficos para a saúde. O Ser humano tem a necessidade de partilhar intimidade, conversar bobagens, relembrar o passado, tomando um cafezinho, uma cervejinha, um chá. Momentos de descontração, diversão, partilhas, para espairecer, para se esquecer das dificuldades que fazem parte da vida.
Falta tempo. É tanta informação no ar que o tempo de lazer – tão necessário – está desprezado.
As pessoas não têm tempo para partilhar uma amizade, ao vivo e em cores, os momentos de “jogar conversa fora”, relaxar.
Lembro-me dos finais de semana da minha infância. Minha mãe e suas irmãs se revezavam, umas iam à casa das outras, faziam bolo, biscoitos, tortas, sorvetes. Meu pai e os tios ouviam música, jogavam dominó, contavam histórias. E nós – as crianças brincando, correndo, pulando, suando.
Quando o telefone tocava, atendia-se a ligação e se dizia: “Olha, estou com visita, ligo para você amanhã!” Quem ligou era flexível e entendia. Que prometeu ligar no dia seguinte, ligava e estava tudo bem.
Falava-se alto. Ria-se alto. As comidinhas eram deliciosas. Preocupava-se com a qualidade dos alimentos, não com a aparência sofisticada. Tudo tão simples e de uma riqueza inquestionável para a saúde de todos nós, seres humanos.
As horas duravam mais? As pessoas eram melhores? As mulheres não trabalhavam fora de casa? Existia mais dinheiro? Não. Não. Não. Não.
Eram simplesmente pessoas. Homens e mulheres que usavam o seu tempo livre, para cultivar os relacionamentos, alimentar a família. Eram pessoas que não sofriam de estresse crônico. Aos domingos, meu pai lia o Jornal Folha de São Paulo pela manhã, enquanto eu lia a Folhinha. Mamãe ia feliz para a cozinha e eu também, aprendendo a cozinhar com ela. A vitrola tocando, de repente meu pai tirava minha mãe para dançar, o ambiente era agradável e feliz.
Apesar da semana estressante de trabalho, aqueles momentos davam ao corpo e à mente o descanso precioso, o intervalo para tirar o peso das responsabilidades dos ombros e – simplesmente – desfrutar do convívio amigo, familiar.
E era verdadeiro. Os amigos estavam presentes nas festas e nos momentos de tristeza. A casa era cheia de pessoas que tinham empatia uns pelos outros.
As casas hoje estão vazias. As cozinhas são decorativas. Quando se recebe visitas, compra-se tudo pronto. A preocupação é com a estética da casa, das comidas. Esquece-se da qualidade do encontro. A comidinha caseira com sua marca registrada na magia dos temperos.
A arte de receber convidados, conhecendo seus gostos, para preparar um cardápio especial está esquecida.
Quando as pessoas adoecem, as visitas são raras. Quando se morre, o funeral é vazio. Sem ilusões de ser a pessoa falecida alguém “do mal”. Nada disso. A vida moderna digital isola as pessoas umas das outras. Esse isolamento, essa solidão é uma das causas do estresse crônico.
Agora, você quer saber como se livrar do estresse com um cafezinho?
Convide um amigo para uma BOA PROSA, um café, um suco, uma água. Sentar numa mesa, desligar o celular e simplesmente viver aquele momento presente integralmente, conversar sem se preocupar.
Tenha esta atitude simples em prol da sua saúde.
Comece uma vez por semana e sinta os benefícios em seu humor, em sua vida!
Abraços motivadores da Mel.
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