É tanta correria, é tudo tão rápido, é tudo tão na hora, seu corpo desgasta por ter de fazer coisas além do que ele pode aguentar.
Preciso de tempo, tempo! O tempo suga nossa vitalidade e força.
Às vezes, tenho a sensação de que estamos em uma maratona contra o tempo, uma competição da qual já sabemos quem será o ganhador.
A gente faz, acontece e ele continua correndo, o tempo não dá trégua, talvez ele seja uma das coisas mais cruéis para as pessoas, pois ele voa, escapa.
Quem nunca disse que precisava de um tempo a mais para fazer alguma coisa? Para ter por perto algumas pessoas só mais um pouquinho, dormir mais cinco minutos (ah, por favor, me deixe descansar).
Paro para pensar algumas vezes sobre a vida, algumas, né? Senão perco muito tempo.
É tanta correria, é tudo tão rápido, é tudo tão na hora, seu corpo desgasta por ter de fazer coisas além do que ele pode aguentar. Preciso de tempo, tempo! Parece que estamos presos a um relógio gigante em que cada milésimo de segundo é importante. O tempo suga nossa vitalidade e força.
Eu vejo muitos textos e até cursos de como administrar e usar melhor o seu tempo, mas eu queria mesmo era saber como não deixar que ele nos controle tanto, que passe um pouco mais devagar, um pouco que seja, só para não apenas passarmos pelas pessoas, por flores e animais, mas para sentir, porque apreciar algo está em extinção.
Viver e existir. Você sabe a diferença?
Tenho a impressão que de a gente só existe, a gente não sente. Quantas vezes no dia você parou e sentiu sua respiração? Vivemos no modo automático: acordamos, levamos filhos para a escola, condução lotada, trânsito, vamos ao trabalho, voltamos, fazemos janta, tomamos banho, dormimos por cinco horas. O looping infinito para alguns é a vida; para mim, é apenas existir.
Eu tinha um tema diferente para essa reflexão, queria falar sobre o ser humano e o seu individualismo, mas se formos parar para pensar, não é tão diferente assim. Estamos correndo tanto que esquecemos das pessoas ao nosso redor, tornamo-nos seres individualistas, pensamos apenas no que nos pode beneficiar e nos esquecemos de compartilhar nossos reais momentos com as pessoas, de usar o nosso mínimo tempo diário para doar a alguém. Estamos tão fadados ao egoísmo que queremos guardar o tempo numa caixinha e não dividir com ninguém.
Talvez o nosso “tudo vai se ajeitar” vire “vem, descansa, eu faço para você…”. É uma tarefa muito difícil, eu sei, não temos tempo nem para nós. Mas você já parou para pensar que, fazendo isso, podemos passar não apenas a existir, mas viver?
O individualismo cega e faz com que o tempo que temos aqui não seja melhor aproveitado, entende? Chegar ao final da sua vida e pensar: “O que eu fiz até aqui?” É, o tempo e suas peripécias, ele prega cada uma, não é mesmo?
Reitero e completo: quem tem descanso é rei, mas quem divide seu tempo existe.
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