Eu amo a nossa história. Amo tudo o que fomos um dia e tudo o que queríamos ser naquela época.
Eu amo tudo o que construímos. E todos os planos para um futuro incerto que ainda trago guardados no meu coração. Eu amo quem eu era ao conhecer você. Eu amo aquele cara que conheci… aquele que está logo ali… tão presente na minha memória e tão distante dos meus braços. Aquele que não existe mais. Eu amo o que nós fazíamos, mas não o que fazemos agora. Eu amo quem éramos, não mais quem nos tornamos.
Eu tenho saudade de nós dois e gosto de nos ver alegres e dançando nas minhas lembranças. Amo a época em que ríamos demais, sem grandes motivos e que nos olhávamos nos olhos. Foi a época mais feliz da minha vida. Mas não é mais e memórias lindas não são suficientes para aquecer um coração e uma vida.
O amor precisa ser fresco, como café. Amor requentado não desce. O amor é presença, é ímpeto. É gesto.
Quem vive de passado é museu e livro de História. Amor vive do presente, do hoje, do agora. Não se pode anular quem se é, em prol de quem já se foi.
Não podemos ignorar os fatos atuais e viver apenas dos resquícios de nós dois, competindo com nós mesmos. Traindo-nos conosco, lamentando e nos culpando indiretamente por todas as promessas que quebramos, por todos os planos em que fracassamos, por tudo que não conseguimos mais ser, olhando para o outro, de canto de olho, e se perguntando: “Onde foi parar você?” Vivendo sem reconhecer quem dorme ao seu lado, perdemos a cumplicidade e a alegria de viver. Hoje, um entra mudo e o outro calado… e a pergunta que ninguém ousa dizer, segue gritando na cabeça: “Onde foi parar você?”
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Onde nós fomos parar, eu não sei, mas nos perdemos de nós em algum momento. Talvez a culpa seja da idade… minha, sua… do vento. Não importa mais.
Tudo se torna “tanto faz”, quando o amor já se foi há tempos. Nós dois continuaremos existindo, quiçá por toda a eternidade, bem fundo aqui dentro, mas nós dois já não somos nós dois e não podemos viver nos remoendo, juntando peças perdidas, colando cacos, remendando sentimento.
Deixemos nós dois onde é o nosso lugar. Preservemos nossas boas recordações e cultivemos o respeito e a lealdade por tudo que passamos para chegar até aqui, mas, daqui para frente, desatemos os nós, o “nós” e sigamos sós, cada um o seu caminho.
Vá ser feliz, passarinho! Eu o amarei para sempre, mesmo que eu não o ame mais. Tenho certeza de que você entende o que estou dizendo.
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