Se antes a princesa precisava ser bela, frágil, usando sapatinhos de cristal, hoje a princesa se liberta, salva e leva o príncipe com ela! Pessoas em evolução; mundo em desenvolvimento.
Se, no Brasil, finalmente vivemos uma era de feminismo em alta e ditadura de padrões de beleza em queda, na Europa, muitos países já respeitam suas mulheres há bem mais tempo do que nós. Uma mulher tem o cabelo como bem entende, depila-se ou não, é mãe somente quando sente que deve ser – e se deve ser –, assume-se homossexual com liberdade, não corre nenhum risco de morte com o término de relacionamento e tantas outras coisas, que aqui ainda estão em construção ou até mesmo em guerra, dependendo do que for.
Ainda que muitas brasileiras não se assumam ou se posicionem como feministas, prefiro pensar que elas ainda não se deram conta do quanto o feminismo sempre foi um movimento libertador para nós e o que nos permitiu avançar na sociedade de todas as maneiras possíveis, como com o direito ao estudo, ao voto, à licença-maternidade, às leis que nos protegem de abuso por parte dos homens e tanto mais.
Vivemos uma era absurdamente boa no que diz respeito a informações e à comunicação, ao mesmo tempo em que sobrecarrega o nosso cérebro e nos ensina a filtrar o que são fake news e o que é verdadeiro. Nunca tivemos tanto acesso à informação e à liberdade de expressão.
Tudo o que acontece pode ser visto em tempo real e em qualquer lugar do mundo, até mesmo um pedido de socorro, ao vivo, de uma mulher que está sendo espancada por seu marido famosinho e está trancada num banheiro, tentando se proteger.
Um concurso de beleza num presídio, mães que procuram seus filhos desaparecidos na internet e até mesmo uma linda princesa que faz o seu príncipe desistir do castelo e da família real.
O mundo está ao contrário? Não! Estamos evoluindo! Caminhando a duras penas para um lugar melhor e para um mundo mais bem evoluído.
Numa era em que também testemunhamos o nascimento de todo tipo de terapia alternativa ou holística, processos inovadores de coaching, mais e mais níveis de psicologia, devemos destacar aqui o fato de que a moderna princesa parece ter feito o que a sua sogra, a princesa Diana, não teve tempo de fazer. E o filho então o fez: pela mãe!
Para quem ainda não teve o privilégio de conhecer a Terapia da Constelação Familiar Sistêmica, do alemão Bert Hellinger e suas Leis do Amor, entenda que fazemos muitas coisas em nossa vida por honra de nossos pais. Completamos suas ações inacabadas, repetimos seus padrões e tomamos muitas dores em seu nome, ainda que de forma inconsciente.
Se Lady Di não pôde ser amada no seu casamento nem apoiada pela família real, o mesmo quase ocorreu com sua nora. Mas com apoio de seu filho, o príncipe Harry, Meghan diferentemente conseguiu ser amada e apoiada, não pela realeza, mas por quem verdadeiramente lhe importa.
Há quem já tenha dito que Meghan é quem libertou o príncipe Harry. E não deixa de ser verdade. Seguindo os mesmos princípios da Constelação, sabemos que a “ovelha negra” da família não é quem é ruim, mas o “buscador”, o que evolui e se destaca quebrando os padrões.
Em meio a tantas modernidades e revoluções, temos finalmente uma princesa digna de ser admirada e seguida, e não mais as de contos de fadas.
Meghan já era rica e independente antes da realeza. Usou de sua posição para ajudar as minorias. E, mais do que isso: acabou salvando o príncipe ovelha negra das garras da velha monarquia.
Já era hora de termos exemplo de uma princesa que, além de ter características comuns e normais aos desejos da maioria das mulheres, também se provou forte o bastante para subir no castelo e resgatar o príncipe da mais alta torre, protegido pelos mais temíveis dragões: os velhos padrões, preconceitos e desamor.
Se antes a princesa precisava ser bela, frágil, tola e inocente, usando um vestido lindo e sapatinhos de cristal, hoje a princesa se liberta, salva e leva o príncipe com ela, e veste o que bem entender, dando um exemplo ao mundo do que está aí: pessoas em evolução, mundo em desenvolvimento.
Não sabemos se Meghan será feliz para sempre, mas ao menos já sabemos o que todas gostaríamos de saber: ela é heroína de si mesma!
Já não se fazem mais princesas como antigamente. Graças a Deus!
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