Certa vez escrevi um texto chamado “O amor é decisão” e, diante de muitas observações, muitas indagações e interpretações, resolvi escrever um pouco mais sobre esse modo de encarar o amor, um pouco menos romantizada, talvez, mas uma forma mais concreta, real e que garante a alegria a dois.
O amor é uma decisão pois, se o encararmos apenas como um sentimento, ficaremos enfraquecidos diante das adversidades da vida a dois, por exemplo.
Eu não sei se você é, ou já foi, casado(a) ou se, em algum momento, teve algum compromisso mais longo com alguém. Mas o fato é que é fundamental que haja comprometimento de ambos, para que o amor perdure.
Você não pode dizer que o amor é apenas um sentimento porque, em alguns momentos, o outro vai lhe causar sentimentos como raiva, insegurança, tristeza etc. Mas você não terá deixado de amá-lo por isso. Afinal, ninguém é perfeito e, vez ou outra, ele não satisfará as nossas expectativas. Em outros momentos, você estará cansado(a), desgastado(a) pela rotina do seu dia no serviço ou com seus filhos ou, ainda, com seus pais que, agora, dependem dos seus cuidados e, nesse momentos, talvez, você se veja não sentindo aquele frio na barriga, mas continuará amando a sua esposa ou marido e, arrisco-me dizer, se você tiver a sorte de ter um parceiro que esteja ao seu lado nesses momentos, você o olhará com muito mais amor do que quando a única coisa que você tinha era o brilho nos olhos e o coração palpitando quando ela ou ele chegava perto de você.
E é, nesses momentos, em que o outro está em seu pior momento que eu digo: o amor é uma decisão que tomamos, dia após dia, de que vale a pena estar ao lado de alguém, de segurá-lo pelas mãos, mesmo quando, aparentemente, ele não mereça.
Quanto às pessoas hoje, o que tenho a dizer é que vivemos em uma realidade onde as pessoas se enfraqueceram, adoeceram pela superficialidade de tudo. Afinal, se você não está feliz, simplesmente deve trocar, comprar algo novo, substituir, quando que, antigamente, nos era ensinado consertar, não, simplesmente, jogar fora.
Antigamente, as pessoas prezavam mais pelo comprometimento que faziam perante o outro o que, hoje, percebo, não mais existe ou está, como dito anteriormente, enfraquecido.
Trocamos de relacionamentos como se trocássemos de roupa.
Então, sim, as pessoas hoje estão mais indecisas. Afinal, há muita facilidade em tudo e muita abertura para novas opções. Isso é ruim? Não, ter opções não é ruim. Mas o que acontece é que estamos nos perdendo daquilo que verdadeiramente somos, em meio a tantas aberturas, a tanta permissividade.
O amor está relacionado, sim, a um envolvimento sentimental, mas não é apenas isso. Há também a parte racional, e é ela que vai manter um relacionamento, e é pela parte racional de decidir amar alguém, apesar de, é que você conseguirá olhar para a pessoa ao seu lado e, mesmo diante de todas as suas imperfeições, decidir que amá-la vale a pena.
Tudo em nossas vidas é uma questão de equilíbrio. Se podemos escolher quem amar? Acredito que isso está muito atrelado à nossa percepção de nós mesmos.
Quando nos conhecemos em profundidade, quando trabalhamos nossas preferências, nossa essência, atraímos para as nossas vidas pessoas que condizem com aquilo que somos e amá-las fica muito fácil e natural.
Sim, todas essas reações físicas, a meu entender, são manifestações de uma paixão.
Todo amor começa com estados de paixão, mas não é apenas ela que sustentará o amor. A vida a dois exige comprometimento e não apenas paixão.
Com o tempo, suas mãos não ficarão mais trêmulas, mas manter-se-ão firmes para segurar as mãos daquela pessoa, haja o que houver, seja como for. Isso é amor.
Se podemos controlar o amor? A única coisa que podemos controlar é a nós mesmos, a nossa postura diante das pessoas e situações que se apresentam para nós.
Nós controlamos nossos sentimentos, à medida que controlamos nossos pensamentos.
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