“Todos os dias, quando acordo, vou correndo tirar a poeira da palavra amor” (Lispector, 19-).
É com as belas palavras da querida Clarice Lispector que inicio esse texto, na tentativa de falar sobre o sentimento mais nobre de todos os tempos – o amor.
Quanta ousadia em tentar falar sobre o amor, não é mesmo?
Mas quando vivenciado, conseguimos expressá-lo com leveza, afinal de contas, “como fica forte uma pessoa quando está segura de ser amada”. (Freud, 1882).
Por uma fração de segundos, penso que seja impossível descrever o que é o amor, pois acredito que só é possível senti-lo quando vivenciado dia após dia, seja em um relacionamento de casal, ou entre familiares, amigos, natureza e animais.
Então, o amor não se explica; o amor se vivencia. Sendo assim, não vamos tentar decifrá-lo, combinado? Vamos falar de amor[1]…
O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor (1Co 13).
Vivo o amor quando consigo enxergar a alma do meu semelhante, sem se importar com a sua altura, cor, extrato bancário, idade, raça, religião ou qualquer coisa que prove que somos diferentes, pois são justamente elas que me atrai ao próximo, ou seja, saber que mesmo com as nossas diferenças, podemos nos amar, nos cuidar, nos respeitar. E isso se chama simplesmente amor e não amor perfeito. Sabe por quê?
Porque mesmo o amor, ele também sofre, chora, mas é paciente, é justamente essa paciência que o torna nobre: “Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Co 13).
Não há amor falso, pois, amar é sinônimo de verdade, então não existe ‘amor de mentira’ – é ou não é; ama ou não ama. Com ele, não há espaço para inveja, orgulho, humilhação, rancor e injustiça; vivenciando-o temos a oportunidade de sentir leveza, pureza, paz, acolhimento e respeito.
Todos nós temos a chance de amar, só precisamos acreditar e deixar sentir essa emoção tão pura e nobre, e que pulsa dentro de cada coração. O que diferencia entre uma pessoa e outra, é que algumas se permitem a amar, e outras, por algum motivo singular, deixam esse sentimento adormecer.
Mas, uma vez adormecido, poderá acordar quando o sujeito se permitir a recomeçar. O amor está no ar, basta senti-lo e cultivá-lo diariamente.
“Recria tua vida, sempre, sempre. Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça” (CORALINA).
O amor pulsa na natureza, no ar que respiramos, no casal enamorado, no ato de ajudar ao próximo, na mãe que amamenta o seu filho, na professora que ensina aos seus pupilos, no silêncio de um olhar afetuoso. Ah, o amor!
Por isso… fica permitido, nos novos tempos, dizer: Eu te amo! Fica estabelecida uma nova lei: A lei do amor… fica permitido entender que o erro é o estágio de evolução. E principalmente, fica totalmente permitido, perdoar e se perdoar…
Fica permitido a presença de irmãos iluminados levando luz e amor. Ficam permitidos o bem, a paz, a compaixão e a caridade. E revoga-se todas as permissões em contrário (Autor desconhecido, 20-).
O amor sempre será a melhor solução para todos os caminhos a percorrer. Permita-se amar!
Permita-se ser amado pelo amor!
Direitos autorais da imagem de capa licenciada para o site O Segredo: 123rf / iakovenko – ([1] Repetição proposital da palavra amor)