Muitas vezes deixamos de fazer coisas e realizar nossos sonhos, por causa das crenças que adquirimos ao longo da vida e, principalmente, por nos preocuparmos com as críticas das pessoas.
Quando a gente nasce, nasce também uma folha em branco. Todos os estímulos positivos ou negativos poderão nos influenciar. Se formos criados em um ambiente onde se ouve somente coisas negativas, passamos a acreditar que aquilo é uma verdade absoluta.
Brian Tracy (Presidente e CEO da Brian Tracy International, uma empresa especializada na formação e desenvolvimento dos indivíduos e organizações) costuma dizer que 80% dos motivos que impedem alguém de alcançar os objetivos estão dentro da própria pessoa, ou seja, limitações que cada um impõe a si próprio. Quebre essa barreira e aposte mais no seu potencial!
Ao nascer, não temos informação alguma de como as coisas funcionam no mundo. O aprendizado da vida e registro no cérebro se dão em decorrência das experiências que se constituem na rede neural que nos possibilitam viver na condição desse planeta. Algumas dessas informações se estabelecem como crenças.
Segundo o dicionário, “… em filosofia, mais especificamente em epistemologia, crença é um estado mental que pode ser verdadeiro ou falso. Ela representa o elemento subjetivo do conhecimento...” ou, “crença é aquilo que acreditamos e como filtramos a realidade.” (Sociedade Brasileira de Coaching).
Muito do nosso processo mental ocorre de maneira inconsciente, ou seja, não temos percepção ou consciência do mesmo em nosso dia a dia. A influência das crenças no comportamento é, na sua grande maioria, um desses processos. Elas existem e nos ajudam na vida, mas também podem, em outro momento, nos limitar.
A partir do momento em que eu creio em um modelo mental, posso proceder da forma como acredito, baseado no que me disseram. Esses modelos agem de forma positiva ou negativa, e por isso, passamos também, a nos preocuparmos com as críticas dos outros. O mundo é cheio de modelos de vida e de felicidade. Às vezes, as pessoas são milionárias e estão infelizes. A pergunta é: o que será que fez com que elas chegassem a uma infelicidade tão grande, a ponto de tirarem a própria vida?
É necessário conhecer quais são os tipos de crenças para começarmos a entender como as pessoas lidam com as mesmas.
Elas podem ser: hereditárias (tudo o que ouvimos dos nossos pais e observamos em nosso sistema familiar). Existem também as crenças sociais, que na maioria das vezes, são impostas pela mídia ou pela sociedade.
Alguns exemplos comuns são: “o mundo é perigoso”, “os ricos são mais felizes” e “você só será aceito se for magro”. Outros tipos de crenças são as pessoais, que podem ser criadas a partir da experiência individual. Elas têm origem hereditária, mas se tornam verdade pelas experiências que temos. Se você foi mandado embora ou não passou no vestibular, pode desenvolver a crença de que não é capaz. Se terminaram o namoro com você, pode acreditar que nunca ninguém vai gostar de você.
O grande risco em acreditarmos nas frases que escutamos, ou situações vivenciadas, é que elas podem se transformar em Crenças Limitantes, que são as informações que cada um de nós registra como crença, e que passamos a considerar como verdades absolutas.
No entanto, com a evolução do mundo, nosso próprio amadurecimento e outras influências externas e internas, as “verdades” podem tornar-se questionáveis. Ao mantê-las, impedimos mudanças de percepções, comportamentos e transformações necessárias para adaptações e novos aprendizados. Porém, pode ser que essas verdades não sejam tão absolutas assim.
Provavelmente, algumas das crenças limitantes já fazem parte do nosso cotidiano, como por exemplo: “Nunca vou conseguir dinheiro suficiente” ou “não tenho dinheiro para nada”; “Não sou bom o suficiente”; “Eu não mereço sucesso ou coisas boas”; “Sou muito velho para isso”; “Não tenho jeito para isso”. Pode ser que para algumas dessas crenças limitantes não daremos importância ao ouvi-las. Porém, existem aquelas que têm a capacidade de nos derrubar. Ficam registradas e passam a ser um obstáculo para irmos em frente e conseguir alcançar nossos objetivos.
Têm um poder muito grande, pois passam a ser nossa verdade absoluta, e são capazes de impedir que a gente realize nossos sonhos e objetivos, pois nos limitam.
É muito importante, portanto, sabermos como transformar essas crenças limitantes em outras positivas.
Um exemplo disso é o medo que algumas pessoas têm de usar o elevador. Eu conheço diversas que têm pavor de entrar em um elevador sozinhas.
O cuidado que se deve ter nesse caso, é conhecer se esse medo foi gerado por uma crença ou um trauma. A crença se dá nesse caso, quando a pessoa já ficou presa por uma falta de energia. A partir do momento em que acredita que toda vez que entrar no elevador, vai ficar trancada, pode-se considerar como uma Crença Limitante. Outro exemplo são as pessoas que não dirigem, e têm pavor de pensar em aprender. Nunca bateram o carro, mas acham que não serão capazes. Quando não são trabalhadas, essa crença as impede de eliminá-las.
Livrar-se das crenças limitantes é algo benéfico. O segredo está em saber diferenciar o que é simplesmente uma crença que pode ser superada do que é uma realidade que não tem como ser mudada. Para isso, é necessário identificá-las, reconhecer que são apenas crenças, as consequências de se agarrar a elas, e buscar adotar uma nova crença, que poderá ser feito através de uma mudança de pensamento.
Por fim, é importante colocar em prática esses novos pensamentos, transformando-os em novos modelos mentais, e ter a certeza de que você consegue mudar, reformulando o seu pensamento para conseguir conquistar muitas coisas em sua vida!
Quero terminar com um exemplo que passei a observar de outra forma, quando assisti a um depoimento da cantora de funk Jojô Todynho. Eu posso até não gostar dela como cantora, mas como pessoa, ela veio de uma classe inferior, com um estilo de música funk e uma obesidade criticada por muitas pessoas. Ela ignorou todas elas, e teve “peito” para enfrentar o modelo de beleza e corpo perfeito que a mídia e a sociedade ditam. Em uma das falas, ela diz: “Dane-se o mundo, eu sou gorda, eu sou preta, e sou feliz!”
Portanto, é necessário construir uma nova forma de acabar com essas limitações. Existem muitas pessoas que ficam limitadas de se autoelogiar, porque os outros vão criticar. O que pensam é “eu não posso ter uma autoestima. Se eu falar bem de mim, falam que eu sou antipática, narcisista.”
Eu preciso gostar de mim, em primeiro lugar. Focar no que é bom. Começar a me perguntar sempre: “No que eu sou muito boa?” “O que eu faço bem, ou até melhor do que outra pessoa?” “O que me faz sobressair em relação às outras pessoas: carisma, simpatia, bondade, generosidade?”
As desculpas fazem com que a limitação tome conta de nossa vida, e assim ficamos com medo de enfrentar algo ou alguma pessoa.
A melhor maneira de conseguir se livrar das crenças limitantes é buscar o autoconhecimento, cultivar cada vez mais a autoestima, e começar a mentalizar sempre que o que as pessoas pensam sobre você é um problema apenas delas!
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