“Há algo de poderoso em grupos e experiências compartilhadas. As pessoas talvez sejam céticas sobre sua capacidade de mudar, se estiverem por conta própria, porém, um grupo pode convencê-las a suspender a descrença. Uma comunidade cria fé”.
Sempre que leio livros ou artigos sobre Lei da Atração a palavra acreditar se apresenta em algum momento. Precisamos acreditar em algo e assim, aquilo se tornará nossa realidade.
No livro O poder do hábito – um estudo detalhado sobre o funcionamento dos hábitos, suas transformações e seu impacto nas vidas das pessoas – um capítulo me marcou bastante, e é justamente sobre a capacidade de acreditar e a fé aliados a importância de um grupo – que vamos falar neste artigo.
Vocês acham que nós podemos realmente mudar os nossos hábitos?
Charles Duhigg, repórter do new York times e autor do mencionado livro, explica: “Não há, infelizmente, nenhuma série específica de passos que funcione de forma infalível para qualquer pessoa. Sabemos que um hábito não pode ser erradicado – ele deve, em vez disso, ser substituído. E sabemos que os hábitos são mais maleáveis quando a Regra de Ouro da mudança de hábito é aplicada: se mantivermos a mesma deixa e a mesma recompensa, uma nova rotina pode ser inserida”.
Após explanar todo o funcionamento das deixas, rotina e recompensa, o autor relata várias fontes de estudos, casos concretos e, “a conclusão a que se chega é que:
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Precisa-se de algo mais para garantir que o hábito se mantenha mudado, as pessoas precisam acreditar que a mudança é possível. E na maior parte das vezes, a FÉ só surge com a ajuda de um grupo”.
Assim, caros leitores, “Não é Deus que importa, descobriram os pesquisadores. É a própria fé que faz uma diferença”.
Aqui há dois pontos cruciais que embasam toda a nossa vivência enquanto seres comunitários e que, se unidos, podem fazer toda a diferença: fé e grupo.
Acreditar em algo ou alguém. Acreditar na possibilidade da mudança. Acreditar em algo maior que nos rodeia. Um grupo faz toda a diferença nesse processo. A união, o sentimento de empatia, o envolvimento fraterno, sadio – em que um ajuda o outro e todos ajudam a si – é a grande chave para que alcancemos uma vida melhor.
A união é artigo de luxo e cada dia mais escasso nos corações daqueles que aplaudem guerras; daqueles que, no exato momento em que vocês leem este artigo, têm em suas mãos o poder de dar fim a milhares de centenas de vidas, autorizando ataques e espalhando terror nos quatro cantos do globo. Estes há muito se esqueceram o que significa ser parte de um todo, ser parte de um grupo e ser ser-humano.
A fé é aquele acreditar que faz com que o paciente em fase terminal continue lutando e se agarrando com unhas e dentes na veia pulsante da vida.
Não são os fracassos e derrotas que movem vestibulandos e políticos a tentarem outra vez, mas sim a fé, o acreditar que aquilo é possível, foi por acreditar em um sonho que Abraham Lincoln tornou-se o 16º presidente dos EUA, emancipando os escravos de seu país, ele nos mostrou que o destino é uma questão de escolha.
“Meu padrinho nos AA me disse que não importava se eu sentia que estava no controle. Sem um poder supremo na minha vida, sem admitir minha impotência, nada daquilo iria funcionar. Eu achava que isso era bobagem – sou ateu. Mas eu sabia que, se alguma coisa não mudasse, algo muito ruim iria acontecer. Por isso comecei a trabalhar nisso, trabalhar em acreditar em alguma coisa maior que eu. E está funcionando. Não sei se é Deus ou outra coisa, mas tem um poder que me ajuda a continuar sóbrio há sete anos, e tenho respeito por ele…”
Desejo que vocês acreditem. Acreditem num país melhor, numa vida melhor, num mundo melhor. Sem a capacidade de acreditar nada acontece, seja você ateu, judeu, católico, evangélico, budista ou espírita – se não houver fé em algo maior, se não houver capacidade de acreditar, as coisas simplesmente não vão para a frente, estagnam-se, fecham-se.
Para mim é quase impossível escrever sobre acreditar, sobre ter fé, sem mencionar a importância da união, do trabalho em equipe, de um grupo.
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“Há algo de poderoso em grupos e experiências compartilhadas. As pessoas talvez sejam céticas sobre sua capacidade de mudar, se estiverem por conta própria, porém, um grupo pode convencê-las a suspender a descrença. Uma comunidade cria fé”.
A despeito disso, recentemente, iniciei um curso de inglês, desde o primeiro dia, senti algo diferente naquele grupo. Uma energia nova, inexplicável. Mas aquilo fez desabrochar em mim um sentimento novo – de confiança. No outro, em mim. Uma espécie de fé em dias melhores, em pessoas melhores.
Para muitas outras turmas, os dias de aulas são apenas algo comum, mas a sensação nessa sala é incrível, nossa conexão vai além, nos tornamos um time. Nós acreditamos umas nas outras, realmente; nos amparamos e incentivamos. Sempre fui alguém com dificuldade para socializar, mas esse novo grupo me fez praticar ser alguém sociável e acreditar que não sou tímida, e por isso, realmente eu estou deixando de ser.
Li em passagem do livro supracitado, que se você diz às pessoas que elas possuem o que é necessário para dar certo na vida, elas provam que você tem razão. E, por isso, sabemos que a mudança pode acontecer. Viciados podem deixar o vício, perdedores podem virar campeões, você pode parar de se esconder das pessoas e encontrar um grupo que mude sua vida, nós podemos parar de nos atormentar com pequenas preocupações unir nossos esforços para fazer do mundo um lugar melhor.
Basta que acreditemos – em nós e no outro, num grupo, num Poder Supremo, que seja. Basta que nos “creditem” fé para que nos tornemos efetivamente capazes de realizar qualquer coisa. O segredo é acreditar!
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