Quando você se relaciona com alguém, qual é o seu limite? Uma relação saudável nem sequer dá margem para essa pergunta, mas, às vezes, por carência ou problemas de autoestima, confundimos amor com liberdade vigiada, ou com falta de respeito à individualidade do outro.
No início, qualquer relacionamento é maravilhoso, porque o novo sempre traz o mistério de uma personalidade pronta a ser descoberta. Na ânsia de termos alguém do nosso lado, seja para ser amado ou para passeios ao luar, na praia ou no sertão, nós nos lançamos, muitas vezes, em uma relação que, de cara, já nos antecipa os problemas que poderá acarretar, mas fechamos nossos olhos aos sinais que a vida nos mostra, ávidos por nos sentirmos indispensáveis.
Começamos um namoro cheios de expectativas e preocupados em agradar, e assim começa nosso erro, nossa resistência em usar um pouco o lado racional.
Mostramos nessa primeira fase o que temos de melhor e o outro mostra também só o que pode ser agradável, na vontade de irmos além, na intensa necessidade de que tudo dê certo e de que a felicidade venha junto com esse novo amor.
Não há porque se culpar, esses enganos são naturais. Já sabemos que a felicidade é a dança da alma, é a liberdade de se sentir alegre e sereno, seja em que momento for, sentindo que qualquer problema pode sempre ser resolvido e será.
Felicidade não depende de nenhum fator externo e sim do seu estado espiritual e de sua atitude de otimismo, calma e força, em qualquer situação. Felicidade nunca depende do outro e sim da nossa paz e da nossa visão em relação a tudo.
Numa relação que iniciamos com uma pessoa que nos parece muito interessante, nem sempre percebemos a realidade e confundimos arrogância com segurança, confundimos grosseria com personalidade, possessividade extrema com proteção, excesso de ciúmes com prova de sentimento verdadeiro.
Pessoa arrogante não erra, não se desculpa, não ouve, não faz uma reflexão. Teima, debocha e pisa em quem é inseguro o bastante para lhe dar atenção.
Já a pessoa grosseira pensa que está numa guerra e, ao menor sinal de conflito, sai atirando falta de educação e irritação para todos os lados. Nesses momentos seria bom dizer a essa pessoa a seguinte frase: “Todas as palavras grosseiras que você atira sobre mim, eu as recolho e descarto com muito cuidado, porque as palavras assim despejadas ficam pelo caminho e eu não quero que você tropece nelas depois.”
Num relacionamento qualquer, a base e a probabilidade de dar certo dependem muito de diálogo, respeito e equilíbrio, mas, muitas vezes, aquela pessoa que pareceu tão promissora no início, passa a se comportar de maneira completamente diferente e irracional depois, muitas vezes, magoando, ferindo ou gerando uma profunda reflexão.
Qual será nosso limite? Até que ponto nos enganamos, boicotamos e nos deixamos levar, pagando o preço absurdo da falta de sossego, iludidos de que talvez um dia dê certo, que em algum momento a pessoa mude, que talvez em uma outra fase voltemos a ter leveza de espírito, relaxamento e alegrias todos os dias?
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Até quando manter um relacionamento com alguém que não merece ocupar nenhum espaço em nosso coração, mente e corpo?
Não se boicote, estamos aqui para sermos felizes e para termos sempre motivos para comemorar. Muitas vezes, o parceiro tem um problema emocional que precisa ser tratado, mas você prefere ser maltratado a ficar sozinho, mesmo que já esteja e não perceba.
Você merece uma relação saudável, um trabalho digno, casa confortável, amigos sinceros, planos realizados. Se necessário, conjugue o verbo esquecer para depois conjugar outra vez o verbo querer.
Comece hoje a ficar mais alerta para não se deixar enganar e para viver em um relacionamento aquilo que realmente satisfaz: a paz, aquela paz de quem se conhece, de quem se ama e sabe que tem valor, alguém que merece um amor para acrescentar e partilhar momentos de pura energia, de sentimento que sacia, sem jamais se saciar.
Tente ser você, do seu jeito único e, maravilhoso, preserve sua liberdade de expressão.
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Se você está com alguém e precisa mudar sua maneira de ser para agradar aquela pessoa, você consequentemente está se desagradando, está diminuindo seus momentos felizes, está se reprimindo e tudo isso por quê? Qual é o limite da sua alienação?
Até quando você vai se render à submissão? Se você permite, cada dia surgirão novas e maiores exigências e cobranças. Diga sempre não a quem quiser dominá-lo, não aceite freio nem arreio, opte por aquilo que faça seu coração pulsar, tempere com um pouco de raciocínio e de clareza de ideias.
Desejo que o amor seja sempre nosso rumo, que nada saia do prumo, mas, se sair, é sempre tempo de acertar ou até de aceitar um tempo de solidão.
Depois, com a alma já refeita, podemos tentar uma nova relação que não seja abusiva e que não tenha pressões psicológicas para sermos diferentes do que somos ou para nos comportarmos da forma que o parceiro deseja.
Então, não haverá mais limites para sonhar, para nossa profunda, frequente e permanente vontade de amar!
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