No último fim de semana, um caso muito sério chocou os brasileiros: A Polícia Civil do Paraná resgatou, em Mairiporã (SP), 19 cães da raça pitbull que participavam de uma “rinha”. Os cães eram forçados a lutar entre si até a morte.
Entre os envolvidos na organização das rinhas estão veterinários, médicos, um policial militar e cinco estrangeiros. Eles combinavam as lutas pelo WhatsApp. No sábado, dia 14, os policiais detiveram quarenta pessoas. As investigações começaram em Curitiba e em São José dos Pinhais, com um treinador de pitbulls.
Os cães eram treinados para esse tipo de combate, inclusive correndo atrás de animais silvestres. Eram tratados com anabolizantes e, antes das lutas, recebiam doses de testosterona. Quando foram resgatados pelos policiais, muitos estavam seriamente machucados e mal alimentados.
Os agentes informaram que um dos cachorros não sobreviveu em uma das lutas e foi servido como churrasco para os participantes. Dois cachorros já estavam mortos no momento do resgate.
Todos os envolvidos serão indiciados por associação criminosa, maus-tratos a animais, jogo de azar e resistência à prisão, pois tentaram agredir os policiais. O inquérito ainda está em andamento na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente de Curitiba.
A crueldade mostrada em todos os aspectos dessa rinha impactou profundamente os brasileiros, especialmente pelo envolvimento direto de médicos-veterinários com o crime.
Os cães sobreviventes foram resgatados por ONGs e 11 deles salvos pela ativista Luisa Mell que, pelas redes sociais, desabafou: “Hj acordei e já me deparei com dezenas de pedidos da polícia de SP! (…) Nossa equipe veterinária está a caminho para avaliar os cães…”
O Instituto Luisa Mell assumiu a responsabilidade pelo tratamento dos cães que resgatou; dois deles morreram.
A ativista contou que esses animais têm de ficar separados dos demais abrigados pelo instituto, por causa da sua agressividade, uma vez que foram treinados para matar.
A nossa missão é complexa: tratar de animais criados e estimulados para serem agressivos com outro bicho e, então, encontrar uma família para adotá-los. Com humanos, mesmo, esses pitbulls são carinhosos.
Luisa se mostrou profundamente abalada pela frieza dos envolvidos na rinha: “Eu confesso pra vcs que este caso me abalou profundamente. Não consigo me conformar, acreditar que se divertiam com a dor, com a morte daqueles que chamamos de melhores amigos.”
Também se indignou com o fato de 40, dos 41 envolvidos, terem sido libertados depois do pagamento de fiança.
“Não consigo aceitar o fato de tanta gente se comover, e os criminosos estarem soltos, livres para aproveitarem o ano novo e voltarem a cometer crimes. Enquanto isto nós, as ONGs, temos de enfrentar tanta dificuldade para cuidar destes cães vítimas de tamanha atrocidade e ignorância!”
Casos como esse nos mostram o pior lado dos seres humanos. Abusar dos animais e expô-los a uma realidade como essa é abandonar completamente a humanidade.
Os cães são companheiros, alguns dos seres mais amorosos e leais que podemos conhecer. Eles não merecem nada além de nosso respeito e amor incondicional. Práticas como essa devem ser combatidas de forma eficaz, para que eles não precisem sofrer com a nossa falta de humanidade.
Esperamos que eles se recuperem bem e que encontrem uma família que entenda o que é adoção responsável, e os trate com todo o amor e carinho que merecem.
Deixamos aqui nossa indignação com esse caso e o desejo de que as pessoas sejam melhores, para que os animais não precisem mais sofrer em nossas mãos.
Direitos autorais da imagem de capa: reprodução/Instagram @luisamell.