Assim ocorreu com esta atleta amadora. A princípio, a mente embevecida com as novidades sorveu de tudo um pouco…
Na vida – como num treino físico – nós temos que encontrar nosso ritmo. Há atletas que são intuitivos e logo percebem como usar seus músculos para alcançar os objetivos que seus corpos precisam. Outros, são mais mentais e usam a técnica como aliada. E, alguns tantos vão testando a cada treino, a cada exercício, a cada nova carga, o limite do corpo.
Eu confesso que iniciei meu treino, sendo este último tipo de atleta: o amador. Fui na base da tentativa e erro. Mas, cheia de amor e empolgação.
Não sei dizer qual é o melhor caminho. Mas, acredito que cada atleta se identifica com o seu por um determinado momento, até evoluir e seguir. Assim, quando se inicia um novo exercício, qualquer atleta – profissional ou amador – precisa que mente, corpo e coração façam um duro exercício para se adaptarem as novas pistas escolhidas.
Assim ocorreu com esta atleta amadora. A princípio, a mente embevecida com as novidades sorveu de tudo um pouco. O corpo vigoroso, mas elástico, entrou na dança e absorveu os muitos goles e bocadas desta festa de sabores. O coração animado com tanta descoberta, batia alegremente a cada passo, a cada novo exercício, a cada atleta que se juntava à equipe.
Os treinos eram apaixonantes. Assim, mente, corpo e coração se aliaram para adquirir os quilos de sabedoria, vivência e alegria aos quais eram expostos.
A euforia de sentir músculos adormecidos trouxe uma aceleração forte. A atleta amadora, com pouca técnica, descompassou-se.
Seus pés obedeciam ao comando do coração, que dizia: vai, prove tudo que tem para provar. A hora é esta, temos pressa. Vamos, agora! Jogue-se na pista! O corpo confiava e obedecia, cega e desordenadamente, correndo, voando, sorvendo, engolindo, acumulando, crescendo, ganhando vidas em lugares desconhecidos. Mas, ao acelerar o ritmo, também se ressentia, sofria, cansava, algumas vezes, regurgitava experiências e sabores e sangrava.
A alma, a treinadora tranquila, assistia atenta esta atleta acelerar e despertar todos os músculos que ainda se encontravam inertes.
Ela sabia que não havia nada que ela pudesse fazer até ser chamada para o treino. Ela sabia que o pisar forte traria ganhos e perdas, alegria e dor. Mas, também, conhecimento suficiente para que a atleta amadora pudesse avançar. A alma também sabia que se tinha algo que a atleta havia aprendido em seus treinos, era receber cada passo com aceitação e gratidão.
Portanto, por mais que o ritmo fosse acelerado, estava tudo certo e em breve, a atleta se daria conta que havia encontrado o exercício e o espaço ideal feito única e exclusivamente por e para si.
Assim, cheia de amor e empolgação, mas entendendo melhor o exercício da gratidão, a atleta avança e melhora seus treinos para corpo, mente, coração e alma se conectarem sem exaustão, seguindo o exercício ao ritmo natural da vida.
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