Então, chega um dia em que você se dá conta de que não se conhece de verdade. Você conheceu várias pessoas, viajou para vários lugares do mundo, mas a viagem mais importante – para dentro de si mesmo – dessa você sempre teve medo!
Você adiou tanto que agora já se acha velho demais para isso.
Antes, você era novo demais, precisava trabalhar, construir carreira, ganhar dinheiro, comprar carro e casa como os pais sonharam. Agora, você se vê velho demais para começar do zero, fazer o que realmente seu coração quer. Mas, você não tem escolha, seu coração é quem dita as regras agora.
Durante a vida toda ele nos dá sinais, pistas sobre como seguir adiante; no entanto, aprendemos a fechar os olhos, ignorar os sentidos e os sentimentos, e a atentar somente à mente.
Como seres ‘racionais’ as emoções ficam presas, represadas, escondidas… até que você percebe que existe um vazio que a razão não preenche, um espaço que as sinapses hiperativas não alcançam e o cérebro não compreende. Esse vazio não incomodava tanto até há pouco tempo, mas agora está muito maior, se tornou uma incógnita.
Então, as verdades são desconstruídas, a alegria anestesiada, e você não tem escolha senão se lançar à descoberta de si mesmo.
É uma jornada que, às vezes, dói, mas não precisa ser sofrida. Todos têm seus desafios, suas batalhas pessoais, altos e baixos; mas o caminho certo não é, necessariamente, reto. O percurso é curvo, convergente, divergente, reticente, incerto e construído a cada passo, e o importante é seguir com coragem. E coragem vem do coração: agir com o coração, perceber com o coração, sobretudo, perceber O coração:
– O que tem dentro de mim que eu trouxe de outras histórias, de outros momentos, talvez de outras vidas? O que a vida está me mostrando que eu não estou enxergando? Será que estou olhando para o lado certo?
E o lado certo não é para frente ou para trás – o porvir ou o que já foi — o lado certo é para dentro: o que sou?
Um dia, a vida vai cobrá-lo para ser quem você é. Nesse dia, esvazie-se de medos e vergonhas, encha-se de fé e coragem, ancore-se nas suas virtudes e talentos, não saia buscando algo, mas fique, encontre a sua verdade.
Dispa-se da armadura que se tornou sua maior armadilha, arme-se com a doce força criativa, inspire-se no sagrado que o habita, e ame-se com a convicção de ser você.
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