“Amiga, não sei o que faço da minha vida! Estou tão perdida!”.
Infelizmente, sentir-se perdido em meio ao caos tornou-se algo mais comum do que deveria ser. Dizem que a ansiedade é o grande mal do século, mas eu acredito que ela é, na realidade, apenas mais uma das graves consequências de um mal muito maior: a falta de autoconhecimento.
Seguimos nossas vidas acreditando que a culpa da nossa infelicidade está sempre do lado de fora.
No amor que não encontramos ou que não nos permitiram viver.
No emprego que não é exatamente aquilo que sonhávamos ou que sonharam para nós.
No marido que poderia ajudar mais em casa.
Na esposa que podia ser um pouco menos ranzinza.
Na faculdade que gostaríamos de ter feito, mas não fizemos.
No chefe que poderia nos oferecer mais reconhecimento, mas não o faz.
Nos nossos pais que não foram tão presentes quanto deveriam ou que nos ensinaram valores que não fazem sentido algum para nós.
Quando a verdade é que enquanto não aceitarmos que podemos ser cocriadores de nossa própria realidade, jamais encontraremos nossa verdadeira felicidade, aquela pela qual vale a pena viver.
A realidade é que, enquanto buscamos por culpados, jamais nos encontraremos com a nossa essência.
E não ser capaz de se reconhecer, de se encarar e se assumir é, a meu ver, o grande problema que precisamos resolver o quanto antes.
Ensinamos nossos filhos a serem muitas coisas, menos eles mesmos.
Ser nós mesmos não é e nem nunca foi estimulado como deveria, e isso sim causa uma ansiedade tremenda.
Temos medo de ser. E, assim, vivemos escondidos por detrás de uma máscara que é bonita apenas para quem vê, mas não para quem a experimenta em sua própria pele.
E o ser humano que está por trás dela? O que ele sente? O que ele pensa? O que ele realmente deseja?
Eu sei, no meio do caminho em busca do autoconhecimento, talvez, você faça algumas descobertas um pouco desagradáveis.
Talvez você tenha que ir contra a algumas verdades que você assumiu como suas, mas que, na verdade, são apenas ideias que você ouviu de um outro alguém.
Somente quando você for capaz de se enxergar, de descobrir e respeitar seus limites, de se amar exatamente como é, de buscar ser melhor a cada dia por você e não pelo outro, você descobrirá a verdadeira cura para toda essa ansiedade que sente.
É verdade que somos cobrados o tempo todo.
Buscam em nós uma perfeição sobre-humana, e somente quando aceitarmos que fazer o nosso melhor já é excelente, entenderemos o que significa, de fato, estar em paz.
A ansiedade surge no momento em que duvidamos da nossa própria capacidade em fazer dar certo. De quando não aceitamos nossos defeitos como parte do que nos torna verdadeiramente especiais. Quando nos cobramos por erros que deveriam servir como aprendizado e não como mais uma forma de nos punirmos – porque, na realidade, nós somos o nosso maior carrasco.
A ansiedade se materializa quando deixamos de viver o presente por estarmos ainda presos a ideias, pessoas e coisas do nosso passado.
Por vivermos sempre no futuro, imaginando um controle sobre a vida que, na realidade, nós não temos.
Portanto, a minha sugestão hoje é que você aprenda a silenciar para, então, se reencontrar.
E, quando digo silenciar, quero que entenda que estou falando sobre a capacidade de observar a si mesmo e ao outro, sem julgamento, como um mero expectador, pois somente assim nos fortalecemos e aprendemos a responder à vida e não apenas reagir a ela de forma inconsciente e descontrolada.
Comece questionando suas atitudes, mesmo as que, para você, possam parecer insignificantes, e responda, sinceramente: essa pessoa que reage dessa maneira diante das situações e pessoas é realmente você? ou uma versão que inventaram de você?
Liberte-se do medo de ser você mesma.
Quando você se reconhece, quando entende o que o(a) motiva a ser quem é, quando você descobre quem você é em essência, sua autoestima melhora e, consequentemente, sua confiança também.
Que sejamos capazes de deixar de lado a ansiedade de sermos aceitos para, então, descobrirmos que sermos nós mesmos é a cura para boa parte dos pesadelos que nos assombraram até aqui.
Que você seja capaz de despertar para si mesmo(a) para, enfim, descobrir o verdadeiro milagre da vida.
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