Era uma vez um pequeno e pobre vilarejo escondido entre altas montanhas. Um dia, um sábio que estava de passagem pela região, ao ver tanta tristeza e miséria resolveu perguntar a um habitante do local, por que eles estavam naquela situação tão precária.
O pobre homem lhe explicou que a principal fonte de alimentação deles era uma vaca leiteira, mas que eles eram muito gratos a ela, pois, mesmo com tanta escassez, eles ainda estavam vivos, graças à vaca.
O sábio então procurou e encontrou a vaca no pasto, atrás de uma miserável casa. De maneira discreta, pôs uma corda na vaca e a conduziu ao alto de uma montanha. Chegando lá, ele conversou com a consciência da vaca e com Deus, rezou pela alma do animal, pediu perdão e em seguida a jogou do precipício.
Depois disso, o sábio foi embora e continuou seu caminho de peregrinação. Alguns anos depois ele resolveu retornar até o local para checar o que acontecera após o seu ato.
Chegando ao vilarejo, já de longe percebeu que o lugar havia se tornado uma cidade muito próspera cheia de flores, ruas limpas e cheirosas. Além disso, pessoas felizes caminhavam pela rua, tudo estava organizado e todas as casas pareciam irradiar uma aura de luz.
O sábio então abordou novamente um morador e perguntou (como se não soubesse) o que acontecera ali, já que ele já passara pelo local tempos atrás e era completamente diferente.
O habitante, logo explicou com um largo sorriso que após uma tragédia (a morte da vaca leiteira), eles precisaram se reinventar e se reconstruir, precisaram usar toda a sua criatividade, seus dons e talentos; cada um resolveu fazer a sua parte e dar o melhor de si, e assim, juntos, eles se desenvolveram e a cidade evoluiu também.
O sábio, sabiamente (redundância) sorriu satisfeito com o resultado de sua ação, que, apesar de dolorosa, foi extremamente necessária para o bem de todos.
É claro que este conto, é apenas uma metáfora que eu escolhi para fazê-lo refletir sobre a sua vida, pois quero “cutucá-lo” de uma maneira simples para que você possa perceber algo que o esteja aprisionando e lhe fazendo mal.
Mesmo que aparentemente a situação que você vive lhe pareça a sua única salvação, reflita com sabedoria e comece a se perguntar: Que “vaquinha” me prende na zona de conforto?
Será que o que eu penso ser bom, na verdade me limita? O que me impede de viver uma situação de escassez, dificuldade e sofrimento? Como posso mudar esse padrão? Que decisão eu posso tomar para finalizar este ciclo vicioso?
A vaquinha (simbolicamente falando) pode representar algo que você precisa “matar”, deixar morrer, desapegar e se libertar para sair da mediocridade; para viver uma experiência mais feliz, abundante e próspera. E isso se aplica a qualquer área da sua vida que você precise urgentemente melhorar.
Ah, e acredite, eu também já tive uma “vaquinha”, ela morava em minha própria mente, até o dia em que a deixei partir e comecei a expandir!
Direitos autorais da imagem de capa: Sophie Dale on Unsplash