O autoconhecimento é o ponto de partida para desparadigmar e transformar a própria mente e vícios emocionais. Através dele, podemos alcançar altos voos, chegar a diferentes destinos, sem sair do lugar.
A liberdade da mente pode permitir a transcendência da alma dentro do Cosmo. Uma pessoa que não avalia os seus próprios medos, TOCs, suas mazelas emocionais, como, por exemplo, a insegurança e inferioridade, não (re)conhece os motivos que podem gerar seu próprio desequilíbrio. Consequentemente, pode não ser capaz de manter o equilíbrio dos aspectos trifásicos proclamados pela Suprema Inteligência Divina: espírito, energia e matéria.
O autoconhecimento é o ponto de partida para transcender a alma a uma liberdade indescritível e “inominável”.
No plano terreno, autobservar-se em terceira pessoa, no estilo narrador-observador, pleonasticamente falando, é o primeiro passo para você saber o que almeja em relação ao sucesso profissional, para se autotransformar mental, espiritual e socialmente. Ou seja, para equilibrar-se. Muitas vezes, (re)conhecer o erro do outro é muito mais fácil, não há aqui um tom crítico sobre isso, afinal isso é intrínseco à conduta humana.
É muito difícil mudar o comportamento de outrem, principalmente quando essa pessoa parece ter uma opinião formada em relação a tudo, até mesmo sobre a própria capacidade de autotransformar-se.
Uma vez, em uma apostila para adolescentes, li uma explicação didática sobre a teoria do Foucault: autoconhecimento é reconhecer os seus próprios defeitos.
Tal filósofo ressalta a importância do autoconhecimento para que a pessoa possa passar pelas três etapas: autoconhecer-reconhecer suas mazelas-(re)transformar as suas atitudes e agir socialmente como líder transformador da realidade social.
Após essa descoberta feita pelo íntimo do ser, pela autocrítica, sem apontamentos externos, é que realmente pode se autotransformar. Enquanto não se chega ao ponto máximo da autorreflexão sobre as próprias atitudes, fica difícil promover o autodesenvolvimento espiritual e psicológico, assim como exercer qualquer mudança no meio, seja em um ambiente familiar, social ou político.
Muitos conflitos sociais se iniciam pela dificuldade em lidar com as manias, com as “neuras” e com a preferência do outro. E o pior… muitas vezes, gasta-se uma energia enorme em tentar mudar aquilo que só pode ser transformado por uma pessoa: ela própria. Nesses casos, é mais inteligente ENERGICAMENTE aceitar o próximo do jeito que é, as coisas como ela são (na verdade, como somente ESTÃO), e mudar o que está ao alcance: si próprio.
Quando alguém não muda, nós é que mudamos. Como? Aceitamo-lo como são, praticamos menos conexão mental com a pessoa, diminuímos a convivência, quantificamos as qualidades sobre os defeitos, buscamos qualquer ajuda terapêutica válida para tal. Há ainda outra prática de inteligência energética: compreendermos que elas são como a atual encarnação…só estão “de passagem” na sua vida, por algum princípio da lei do universo/processo cármico. Tal convivência só serviu como forma de aprendizado para o processo de amadurecimento espiritual. Ou, sabiamente, deixamo-la ir, sem olhar para trás.
Aliás, tudo é passageiro, e esse é o ponto de chegada sobre o autoconhecimento: tornar-se livre das próprias algemas mentais. É ser energicamente inteligente para compreender que “a vida é trem bala (…) e nós somos passageiros prestes a partir” (VILELA, Ana).
É parar de querer controlar os instintos dos outros é perceber que, às vezes, o problema está na forma como nos relacionamos com as situações e com as próprias emoções.
É preciso deixar para lá as manias, os sentimentos, vontades e perspectivas de vida dos outros quando isso altera o nosso estado de espírito. Só se silencia a boca quando se aprende a ouvir o silêncio interno, que pode ter muito mais a nos dizer do que qualquer opinião ou debate exterior. É preciso aprender a desenvolver a inteligência energética …saber a hora de equilibrar a razão e a emoção e pensar à luz de Raul Seixas, o qual preferia ser uma metamorfose ambulante a ter aquela velha opinião formada sobre tudo.
Chega a ser difícil delimitar o autoconhecimento como meio de transporte para dar acesso à liberdade, pois delimitar/autoconhecimento pode ser considerados antônimos, logo soa como ideia paradoxal. Sobre tais anseios, Clarice Lispector se posicionava contundentemente: “Liberdade é pouco, o que quero ainda não possui nome”. É por aí o tal poder inominável do autoconhecimento, justamente por poder transcender as barreiras que a própria mente constrói, por pode ser uma forma de expandir a consciência para além das pequenezas das relações humanas.
Sintonizar-se com o seu eu espiritual é um antídoto poderoso contra conflitos internos causados por hábitos tóxicos humanos.
Quando o outro não muda, mudamos nós. É a tal da inteligência energética… É autoconhecimento “que se chama, né?!”
*Fonte de pesquisa para o artigo: RAMATÍS. O Evangelho à luz do Cosmo. Obra psicografada por Hercílio Maes. 10 ed. Editora do Conhecimento, 2012. Ramatis explica que os mestres orientais, para facilitar a compreensão de Deus, conceituou o Universo como constituído sob o aspecto trifásico: Espírito (estático, equilíbrio), Energia (dinâmico, movimento) e Matéria (morfológico).
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