Desde muito pequenos ouvimos algo sobre como devemos tomar decisões. Minha mãe sempre foi o tipo de pessoa “faça o que eu digo, não faça o que eu faço” e por ser assim, dava muitas lições de moral que realmente me faziam refletir muito sobre isso.
Ela sempre dizia: Laura, suas emoções a enganam, ouça sua razão.
Confesso que, muitas vezes, eu me sentia confusa, pois, no meu inconsciente, a ideia de seguir sempre o coração já estava fundada há muito tempo, que parecia quase impossível fazer algo diferente.
Porém, conforme fui crescendo e vivendo um pouco da vida (vida amorosa, trabalho, faculdade, amigos) tudo começou a fazer mais sentido para mim.
Sempre ouvindo a voz da “emoção”, e não do coração, fazendo as coisas por impulso, agindo de acordo com as minhas emoções e vontades, eu sempre vivi numa montanha russa que quase sempre estava indo para baixo e, de vez em quando,subia um pouco. Isso me deixava mal. Eu não entendia o porquê de tanto sofrimento em minha vida. Será que valia a pena sofrer desse jeito por alguns momentos de prazer?
De fato, todos nós sabemos que as emoções sempre oferecem o caminho que você quer e não o que precisa seguir, as emoções conhecem nossas vontades e nossos prazeres e nos provocará a fazê-los, independente se aquilo nos prejudica ou não.
As nossas emoções têm um poder tão grande sobre nós que acabam nos cegando. Tudo que você faz é pensando naquele momento somente, sem considerar nem pesar nada na balança.
É como aquela criança mimada no supermercado, sabe? Aquela que chora e grita, esperneia. E nós somos a mãe da criança, temos que decidir se vamos ou não comprar o que ela quer, simplesmente porque ela quer, sem levar em consideração nenhum outro aspecto, como por exemplo: estar sem dinheiro, aquilo fazer mal à saúde, etc.
Claro que este é um exemplo bem grosseiro do que estou tentando explicar, mas serve para exemplificar mais claramente a situação.
Após perceber tudo isso, comecei a ouvir minha razão, que sempre estava ali sussurrando comigo, mas como eu sempre ouvia os gritos da minha emoção, nunca a escutava. Ela sempre me dizendo a verdade, mostrando as consequências dos meus atos, as alegrias e tristezas que uma escolha poderia me trazer, os argumentos sólidos para cada situação.
E mesmo ouvindo e concordando com tudo que a minha razão dizia, eu continuava agindo pela emoção, pois é muito difícil desistir do que você quer no momento para fazer o que tem que ser feito.
Até que cheguei a um ponto totalmente desesperador, eu não tinha mais vida. Era escrava das minhas emoções, viva triste e depressiva, não conversava com ninguém, vivia presa dentro de mim, ouvindo o martelar da emoção dizendo sempre que o melhor era segui-lo. O que é completamente sem sentido, já que, seguindo os caminhos dela, eu sempre acabava mal (para você perceber as ilusões que a gente cria). Eu estava em um estado de dependência emocional muito grande, se algo dava errado eu simplesmente desmoronava, não sabia controlar minha raiva pois deixava-a me dominar e minhas atitudes eram as piores possíveis.
Foi nesse ponto que resolvi dar a vez à minha razão, foi aí que minha vida mudou.
Toda escolha que eu tinha de fazer, minha emoção se manifestava, como por exemplo: uma rodinha de fofoca no trabalho.
Emoção: Vai lá, participa da conversa, parece estar legal, eu sei que você quer.
Razão: Não participe de fofocas, quem é você para falar e julgar a vida das pessoas desse modo?
Percebe a diferença de argumentos entre um e outro?
Confesso que foi muito difícil no começo, eu me sentia como se estivesse fazendo tudo errado, negando minhas vontades. Mas com o tempo fui me libertando e percebendo o quão bem aquilo me fazia, eu estava estável e não tinha mais picos de alegria extrema e depressão. Eu me sentia tranquila e minhas escolhas me faziam bem, assim como tudo na minha vida parecia estar na mais perfeita ordem. Isso me deixa feliz, feliz de verdade.
O que acontece é que nossa razão nos conhece mais profundamente que a nossa emoção, ela nos mostrará um caminho real, aquilo que de fato precisamos, a verdade sobre as coisas e não a ilusão criada pelas emoções. Com verdade, quero dizer, tudo aquilo que é sincero, que possui argumentos baseados na verdade, levando em consideração todos os aspectos de nossas vidas e não somente o momento.
Então eu o convido a mudar de vida assim eu como eu fiz, livrar-se do domínio mal direcionado das emoções e deixar a sua razão dizer o que é melhor e lhe guiar.
Espero profundamente que este texto tenha ajudado alguém a mudar de vida assim como eu mudei!
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