O ápice da maturidade é conseguir admirar uma pessoa, mesmo sem concordar com ela. O segundo, e não menos importante, é praticar a empatia.
Crescemos em contextos sociais e culturais diferentes. Temos bases ideológicas diferentes, normalmente doutrinadas pelos nossos pais e educadores. Temos formações e vivências distintas uns dos outros. Construímos nossas crenças com base em n fatores e temos liberdade para expressar nossas opiniões.
Na teoria é bonito, mas basta um debate para muita coisa mudar. Por que é tão difícil discutir ideias e ideais com quem pensa diferente de nós?
O primeiro passo é entender que aquele que pensa diferente de você, não é seu adversário. O ápice da maturidade é conseguir admirar uma pessoa, mesmo não concordando com ela. O segundo, e não menos importante, é praticar a empatia.
Quantas vezes você já se colocou no lugar da pessoa antes de tentar convencê-la de suas ideologias?
Para praticar o processo de resolução de conflitos, devemos abandonar completamente o objetivo de levar as pessoas a fazerem aquilo que nós queremos.
– Marshall B. Rosenberg
Para praticar o processo de resolução de conflitos, devemos abandonar completamente o objetivo de levar as pessoas a fazerem aquilo que nós queremos.
– Marshall B. Rosenberg
No livro “Comunicação não violenta”, o autor Marshall B. Rosenberg afirma que canalizar as emoções – como a raiva, por exemplo – é primordial para uma troca saudável. Quando isso acontece, paramos o julgamento e damos lugar à compreensão, à empatia e ao respeito. A partir daí, entendo que o intuito de uma discussão não é o convencimento, ou a prova de quem está certo ou errado, e sim a apresentação de argumentos bilaterais. Pessoas são como são, constituídas por pilares que foram construídos no decorrer de toda uma vida. Queira mudar isso em uma hora de conversa e dê de frente com o fracasso.
Vivemos uma era em que somos reféns de pessoas taxativas e coercitivas. A isenção não impede que você se torne vítima de uma delas.
Por isso, é importante identificar em que momento é mais viável ser adepto do silêncio.
Quando você é abordado de forma agressiva por acreditar em seus ideais, primeiro, aceite que o indivíduo que o critica é intolerante. Sabendo disso, sabe-se também que a intolerância é proveniente da ignorância. Depois, escolha a quem você dá o poder da ofensa. Existe uma metáfora que gosto bastante de usar em situações como essas:
Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, o presente continuará pertencendo a quem tentou lhe entregar. Isso vale para a raiva e os xingamentos.
– Metáfora do Samurai
Na filosofia estoica, acredita-se que o verdadeiro sábio é imune às causas externas pois sua paz de espírito é a sua arma, e tudo o que a ameaça é descartado. Neste âmbito, a opinião alheia é considerada apenas a opinião alheia.
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Não temos poder sobre o outro e nem sobre o que ele pensa, mas temos o poder sobre o que interfere ou não em nossas vidas.
Qualquer pessoa capaz de irritar você se torna seu mestre; ele só pode irritá-lo quando você se deixa perturbar por ele.
– Epiteto
Sêneca, também estoico, completa que “não é sobre o que acontece com você, mas é como você reage que importa”. Quando há gritos, há o desejo de ser compreendido, mas é pela estridência que tapamos nossos ouvidos, silenciamos nossas opiniões e desprezamos o conflito.
As diferenças nos complementam, e o que nos desconforta nos faz pensar. Julgar o outro não curará nossas feridas, mas deixa exposto justamente quais são elas, afinal, a mente só reconhece o que nela há. Em mundos de cristianismo e ateísmo, esquerda e direita, coach e ceticismo, escolha o diálogo, o respeito, a empatia e, acima de tudo, a sabedoria.
Debater com a intolerância enfraquece nossa sabedoria, o silêncio é o melhor aliado daquele que cruza com alienados.
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