Todos os dias nós nos deparamos com diversas pessoas, de diferentes idades, gêneros, convicções religiosas e políticas, além dos diversos objetivos e metas que desejamos alcançar. A partir desse momento, somos donos de nossas atitudes e pensamentos que são direcionados, de acordo com alguns aspectos relacionados a um tema extremamente importante no tempo em que estamos vivendo: Ética.
A palavra “ética” vem do grego ethos e significa caráter, comportamento. O estudo da ética é centrado na sociedade e no comportamento humano.
As reflexões sobre esse tema começaram na antiguidade. Os filósofos mais famosos, como Demócrito e Aristóteles, falaram sobre a ética como meio de alcançar a felicidade. É considerado como o estudo do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto, adequado ou inadequado. Compreender o significado de cada um dos itens abordados dentro desse conceito é importante, para que seja possível enxergar a maneira como as pessoas com as quais convivemos, conduzem a vida pessoal e profissional.
Podemos agir de acordo com os valores e crenças que nos foram passados pelos diversos grupos aos quais pertencemos desde nosso nascimento, bem como aqueles que ainda nos serão apresentados ao longo de nossas vidas. O principal valor é aquele que herdamos do primeiro grupo com o qual interagimos: a família. Nossos pais, com certeza, procuraram nos ensinar, de acordo com a educação recebida por eles, noções do que é certo e errado, moral e imoral. Foi exatamente nessa época de nossa vida que ouvimos frases como “não faça isso, está errado”; “não pegue objetos que não são seus”; “peça desculpas”, entre outras que demonstravam a correta maneira de agirmos perante as outras pessoas.
Passamos a conviver, posteriormente, com nosso segundo grupo social, que foram os nossos colegas de escola e professores em nossa vida acadêmica. Nesse período, embasados no que herdamos dos nossos familiares, vivenciamos situações diversas de comportamentos que nos colocaram à prova constantemente. Aprendemos, então, novos valores e crenças nessa etapa importante da nossa formação. Quantas vezes tivemos dúvidas sobre o que nossos pais nos ensinaram e o que os professores achavam que era correto, ou os nossos colegas traziam de suas casas em relação às suas atitudes! Têm início aí os primeiros conflitos pessoais, gerados pelos nossos valores pessoais e os valores sociais.
Com o tempo começa a nossa etapa profissional, na qual passamos a conviver com um grupo que já se encontra formado antes de nossa chegada à empresa. A partir daí,o cargo ou funções que exercemos também nos colocam diante de diversas situações: contatos com clientes, fornecedores e colegas.
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Teremos responsabilidades em relação ao patrimônio da empresa e, muito provavelmente, com algum poder de negociação e decisão em nossas mãos. Poderemos, então, optar por agir de acordo com nosso livre arbítrio, decidindo de forma consciente.
Ao fazermos parte de um grupo, seja ele qual for, temos a liberdade de sermos ou não éticos, e pequenos gestos demonstram exatamente nossa posição diante de diversas situações.
Atualmente, devido ao alto nível de corrupção em diversas áreas profissionais e sociais, muitas empresas estão implantando o Programa de Compliance, formando por um conjunto de disciplinas e práticas que visa o cumprimento de normas de uma instituição, procurando investigar, evitar e solucionar qualquer desvio, risco ou inconformidade. A palavra “Compliance” vem do verbo inglês “to comply”, que significa estar de acordo, se comprometer e estar submetido a uma regra ou pedido. Neste sentido, o substantivo Compliance pode ser entendido como complacência, conformidade. Os profissionais que trabalham com essa prática precisam conhecer a fundo não só as normas e preceitos éticos, como todo o funcionamento da organização. Devem avaliar diferentes cenários e situações e as possíveis repercussões legais e na imagem da instituição.
De acordo com a publicação “O que é Compliance? Tudo o que você precisa saber!” no site Lec (Legal Etich Compliance), mesmo que exista um setor responsável, compliance é um dever de todos os envolvidos na organização, inclusive fornecedores e parceiros. Para isso, é importante adotar um documento que regule as ações dos colaboradores e ofereça um norteamento de boas práticas, como por exemplo: elaboração de um código de conduta ética; criação de um comitê de ética para analisar possíveis casos e situações de corrupção; controle interno e auditoria; processos éticos de recrutamento e seleção; comunicação institucional regular, com canais abertos de denúncia; transparência nas relações com o setor público, fornecedores e outros stakeholders; integridade e transparência no controle e na divulgação de informações contábeis e financeiras; envolvimento e comprometimento da alta gestão e análise e monitoramento contínuos.
Renato Janine, filósofo e cientista político, em um seu artigo “Ser ético, ser herói!”, tratou de uma maneira magnífica a questão da ampla divulgação que é feita quando alguém faz alguma ação, que deveria ser considerada perfeitamente “normal”.
De acordo com ele, “a ética virou artigo raro – ser ético é mostrar-se capaz de heroísmo.” Se a pessoa encontra uma carteira com dinheiro e entrega ao dono, ele ganha medalha de honra ao mérito. Se entregarmos ao caixa um troco que ele nos deu por engano, as pessoas exclamam: “’Que coisa rara de ser ver!”. Não fizemos nada mais do que agir da maneira correta. Porém, em tempos de “levar vantagem em tudo” e do individualismo, furar uma fila, avançar o sinal vermelho no trânsito, jogar lixo pela janela do carro e estacionar em vagas reservadas para deficientes ou idosos quase não causa mais tanta surpresa. Ao contrário, isso acontece quando nos deparamos com ações que deveriam ser tomadas de forma natural por todas as pessoas.
Somos seres humanos, passíveis de erros, mas tomar uma atitude sabendo que alguém sairá prejudicado é a maior fraqueza que o homem pode ter. A gentileza também está relacionada à ética, demonstrando humanidade e altruísmo. Ajudar as pessoas, sempre que possível, nos transforma em seres humanos melhores!
Atualmente cada pessoa está vivendo sem tempo para nada, com tantas atividades para serem feitas, de uma forma individualista e egoísta. Algumas pequenas coisas são deixadas de lado e expressões como “muito obrigado!”; “com licença!”; “desculpe-me!”, estão cada vez mais difíceis de serem ouvidas.
Portanto, devemos agir de forma ética sempre, para que, ao olharmos para o espelho, possamos nos orgulhar da imagem da pessoa que enxergamos do outro lado, além de podermos deitar a nossa cabeça no travesseiro com a consciência tranquila de que fizemos o melhor, sentindo-nos em paz com nossa família, empregadores, colegas, amigos, e principalmente, com Deus.
Fazer da ética uma prática diária e natural nos dará a certeza de que estamos no mundo para fazermos a grande diferença e vivermos melhor!
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