Se você não assumir a responsabilidade sobre o que quer, a vida se encarrega de decidir [por “vida”, podemos entender outra(s) pessoa(s), as próprias circunstâncias].
Já experienciou a sensação de não saber o que quer para você? Claro que sim! Não me restam dúvidas de que todos nós, vez ou outra, não sabemos o que queremos, não sabemos o caminho que devemos tomar ou mesmo as consequências que estamos dispostos a suportar em decorrência da decisão que tomarmos.
Quando esse tipo de situação acontece, você sente como se estivesse em cima do muro, um muro do tamanho da importância da decisão que você precisa tomar. Com isso, quero dizer que se a situação à qual sua indecisão se refere tiver importância enorme para sua vida, esse muro será imenso. Se a situação à qual se refere a sua dúvida tiver relevância pequena para sua vida, o muro se tornará pequenino.
Com essas imagens na cabeça, é possível entender que, quando você fica em cima do muro, ou seja, indeciso ou sem querer se posicionar, a vida muito provavelmente o levará a cair em algum momento e, dependendo do tamanho do muro, o tombo doerá mais ou menos; digamos até que ele pode ser um tombo que pode quebrar um ou outro pedacinho de você.
Mas, afinal de contas, quem subiu no muro?
A decisão de ficar em cima do muro é sempre nossa. Por mais que diferentes circunstâncias se componham, por mais que as pessoas à nossa voltam ajudem a criar a realidade em que vivemos, quem se coloca de um lado, de outro ou em cima do muro somos nós mesmos.
Particularmente, eu sempre preferi me posicionar. Acredito que posicionamento está relacionado a autoconhecimento, maturidade e inteligência emocional.
Nem sempre é fácil se posicionar, nem sempre é tranquilo, contudo, o fato de nos posicionarmos nos faz saber qual é o nosso lugar, e quando você sabe qual é o seu lugar, pode experimentar a paz de estar lá e usufruir de tudo o que existe ali.
Mas é fato também que, às vezes, você fica em cima do muro. Você olha para um lado e para o outro e simplesmente, por questões suas (questões como medo, insegurança, por exemplo) você acredita que ficar lá em cima, paradinho, é o melhor lugar.
Vale lembrar que todo processo de escolha requer renúncias. Renúncias são feitas em busca daquilo que é valioso para você. Quando você não sabe bem qual decisão tomar, vale muito ficar atento aos seus valores de vida. Nossos valores de vida são aquilo que nos constitui e que serve como métrica para encontrarmos as decisões que gerarão paz para nossa vida.
Particularmente, vejo pouca probabilidade de paz real na indecisão. Na verdade, vejo que, na maioria das vezes, a indecisão ou a falta de posicionamento gera ansiedade. Além disso, em algum momento, a probabilidade da indecisão é o tombo. É mais ou menos assim: se você não assumir a responsabilidade sobre aquilo que quer em sua vida, a vida vem e se encarrega de decidir ela mesma (e aqui, por “vida”, podemos entender outra(s) pessoa(s), as próprias circunstâncias).
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Que tipo de vida você deseja ter? Uma vida em que seu autoconhecimento é tão desenvolvido que você sabe quem é e onde quer chegar ou outra vida, na qual você se coloca em cima do muro para se sentir seguro e para ter tempo de descer para um lado ou para outro, correndo o risco de cair por não conseguir?
Cada um de nós tece as linhas da nossa história em cada decisão que tomamos.
Cada linha define os contornos que a sua vida terá, e a responsabilidade por ser autor ou não da sua história é só sua, quando você é adulto.
Então, por mais difícil que possa parecer, busque compreender quem você é em essência, pois quanto mais você se conhecer, mais irá se posicionar para encontrar a história que sempre desejou viver.
Eu desejo que este texto faça sentido para você.
Um forte abraço!
Direitos autorais da imagem de capa: William Navarro/Unsplash.