O fim de um ciclo amoroso pode ser também a reconstrução de um eu perdido, um elo deixado de lado por pura distração da paixão, uma anestesia mental.
Muitas relações amorosas podem mesmo deixar o ser em completa desconexão, e esse retorno é sempre um movimento sagrado, pois nele vamos juntando aquilo que fomos deixando pelo caminho quando deixamos de estar conectados a nós mesmos.
As relações ditas tóxicas são também um espelho fino da toxicidade que existe em nós. Ele refina o olhar para questões que precisam ser iluminadas, a fim de refletir o nosso próprio campo de ressonância, aquilo que estamos vibrando e atraindo sem nos darmos conta. São como notas musicais que vibram no mesmo tom e criam ressonância em outros seres, cocriando assim uma vivência refletida.
O momento da solitude é aquele vazio da conexão amorosa, aquele respiro cósmico de amor tão necessário para esse sentir com integridade.
Sentir os próprios sentimentos sem nenhuma intervenção energética de outro ser, um acolhimento genuíno sem projeção.
E quando nesse ciclo de total solitude nos coloca em real presença e buscamos estar nesse preenchimento interno, é possível dar saltos quânticos em diversas esferas. Realizar e pulsar sonhos, viver novas possibilidades de vida, cocriar uma nova realidade com consciência, uma realidade próspera e abundante até mesmo no amor.
Não estar numa relação amorosa não é o fim do mundo, e esqueçamos esse papo de “não nasci para o amor” e “ninguém me ama”, isso é projeção de escassez, é carência, falta de amor-próprio, e quando estamos vibrando nessa frequência, é possível cocriar relações simbióticas, escassas, “amor” de migalhas, as tais relações tóxicas.
A solitude desperta, amadurece, cria vínculos sólidos conosco mesmos e nos faz entender que, para viver uma nova relação, é necessário estar inteira, bem em si, curada de ciclos passados, para não projetar traumas. Faz-nos entender que, após este processo de resgate pessoal, não basta alguém que apenas nos queira, mas que nos mereça.
Cuidar do espaço sagrado é necessário para não cair nas armadilhas de relações com pendências emocionais e de pessoas confusas. Liguemos o nosso radar! Afinal, conforme o ditado, “antes só do que mal acompanhado”.
Amemos a nossa solitude, amemos nosso ser, e o amor vem como consequência. Nascemos para viver o amor, as solitudes podem ser um preparatório para uma nova história promissora.
Curemo-nos, nutremo-nos, porque tudo é perfeito.
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