Somos como pássaros nos seus ninhos, queremos aconchego e abrigos, mesmo que tenhamos a liberdade de voar, sozinhos ou com bandos de amigos. Interesse demonstrado é uma forma simples de dizer: Eu me importo com você. Gostamos disso.
Vivemos num mundo onde as tristezas e alegrias se alternam todos os dias, através de fatos do cotidiano, acontecimentos, situações de trabalho ou amorosas, saúde ou doença, fé ou descrença, até que a morte nos separe ou a vida nos una.
Somos seres sociais e por mais que muitos adorem sua solidão, na maioria dos momentos, ela não pode ser perene, para que não nos enlouqueça. Não há quem mereça um isolamento total. Precisamos interagir, rir, abraçar, cumprimentar, falar de coisas sérias ou nem tanto, precisamos de canto, seja de pássaros ou de músicas no celular, queremos passeios ao luar, precisamos contar as novidades para alguém que vibre conosco e nos alegre com qualquer forma de comunicação. alguém que ria junto com a gente das mesmas piadas ou coisas engraçadas, alguém que nos entenda só pelo olhar.
Experimente ficar meses sem ver ou ouvir ninguém, sem telefonar, sem internet, sem visitas, saídas ou até sinais de fumaça. O mundo fica sem graça, sem colorido, despido de fantasias e de euforia, sem alegrias, com menos gargalhadas, sem expectativas ou realizações.
Experimente observar o que você sente quando uma pessoa lhe sorri sem pressa e aquele sorriso do outro vai direto ao seu coração, veja o que você experimenta no momento em que alguém pergunta com sinceridade e não por educação, como vai a sua vida, como vai você com suas atuais possibilidades.
Interesse demonstrado é uma forma simples de dizer: Eu me importo com você. Gostamos disso. Somos como pássaros nos seus ninhos, queremos aconchego e abrigos, mesmo que tenhamos a liberdade de voar, sozinhos ou com bandos de amigos.
Pesquisas científicas ao longo dos séculos afirmam categoricamente que o ser humano precisa do outro para exercitar seu sentido lógico e para desenvolver inúmeras outras habilidades, incluindo equilíbrio emocional, que a clausura é prejudicial, mas claro que sabemos disso, ávidos que somos pela companhia e pelo olhar amigável do outro em nossa direção, pelo amparo, pela emoção contida em cada situação compartilhada.
- Relacionamentos: Mulher grávida relata: “Meu marido entrou em coma, acordou dizendo que era gay e agora quer o divórcio”
Queremos um mundo com menos peso, menos preso, com mais graça. Todos os nossos sentidos gritam pedindo interação, queremos cheirar os perfumes bons nas peles várias, queremos sentir o aroma da comida preparada pela amiga, amigo, namorado ou vizinho, porque comida do outro tem sempre um tempero diferente e também precisamos de tempero na vida da gente. Queremos ver rostos sorridentes, felizes, e se pudermos contribuir de alguma forma, seja com um gesto ou palavra para aquele sorriso brotar ainda maior, não existe recompensa melhor, do que a de sentir que podemos fazer bem ao outro. Queremos ver olhares felizes, gestos calmos, atitudes generosas, queremos mais prosas e menos violência, queremos decência de caráter.
Desejamos escutar palavras suaves, frases românticas, discursos profundos a penetrar na serenidade da essência do outro, queremos ouvir a cadência harmoniosa de quem fala com sinceridade, mas com humildade, sem nenhuma arrogância.
Queremos constância de alegria e escutar muito riso a brotar de cada canto, de cada lugar, em plenitude. Ansiamos por sentir o gosto de estarmos em grupo, mesmo que, às vezes, esse grupo seja pequeno ou limitado a duas pessoas apenas, mas queremos sentir que não estamos sós, precisamos saber que somos capazes de contribuir, de agregar valores e habilidades e de receber também. Precisamos de tato para cultivar relacionamentos diários, seja com os que são hierarquicamente subalternos, os de semelhantes funções conosco ou com nossos chefes.
Temos que aparar as arestas, não deixar frestas e na maior parte das vezes as queixas se fazem presentes, porque somos queixosos daquilo que não nos traz contentamento imediato, mas até mesmo pessoas que nos parecem difíceis tem alguma qualidade a ser admirada e se possível praticada por nós para uma melhor cooperação no âmbito profissional.
Unidos somos melhores, mais fortes, geramos maior potencial de desenvolvimento para uma empresa.
O tato também é indispensável em relacionamentos de amizade ou amorosos, nos quais é de bom tom interagirmos e até opinarmos, mas sem críticas pesadas à individualidade do outro, sem ferir o íntimo alheio. Tateamos muitas vezes medrosos e solitários no escuro, sem saber que a porta pode ser aberta a qualquer momento por nós e que possivelmente do outro lado, está acontecendo uma festa na vida, cheia de comida saborosa, gente feliz por todas as maravilhosas oportunidades diárias de vencer os desafios da comunicação e de voltarmos depois, todos aos seus ninhos, exaustos, mas cheios de satisfação, sabedores que sempre poderemos voar juntos ou sozinhos, em voos cada vez mais altos, mais longos e mais completos.
- Relacionamentos: Mulher descobre que ela e o companheiro se traíam com o mesmo homem
Voar em bando é compartilhar o prazer e viver não é diferente, é virar de frente, conviver, ensinar e aprender com gente como eu, como nós, com gente como você.
Direitos autorais da imagem de capa licenciada para o site O Segredo: milanmarkovic / 123RF Imagens