O amor, às vezes, apenas muda de forma. Quando a gente entende isso, partir fica leve, é ser justo com quem quer que seja.
O amor, às vezes, não acaba, ele apenas muda a cor e a forma, mas é amor. Já a relação na qual não cabem mais reticências precisa de um ponto final.
Investir em um relacionamento que já deixou de existir só para provar algo, seja para quem for, é como aprisionar a alma ao apego, à dor, à ilusão daquilo que não faz mais sentido. É cortar as asas da sua liberdade para saciar a vaidade de estar certa, para ganhar apostas vazias de que você é forte para enfrentar a solidão a dois.
Um relacionamento que já deixou pistas claras de que não está mais ali sustentando um casal e ainda assim, sob fachadas, ele se mantém intacto, é a pior prisão a que nos sujeitamos, estamos presas em nosso próprio desamor, buscando migalhas de olhares frios e afagos cínicos, apenas para alimentar a carência e a vaidade que insistem em ganhar o jogo a qualquer preço.
Então, é preciso entender a hora de partir. Relacionamentos em que já não se brilha mais, aqueles que não acrescentam e não florescem, deixa de fazer sentido o caminhar lado a lado.
Abrir mão de um relacionamento vazio é libertar sua alma para viver a plenitude que ela tanto merece.
Mas realmente não é fácil. Qualquer fim é trágico e dói, ainda que já não exista mais nada além da teimosia que sustenta o vazio entre duas pessoas. Mesmo diante do medo de sentir dor, de sofrer feito uma condenada e do apego que impede a felicidade, é preciso saber a hora de virar a página, mudar o capítulo ou escrever uma história completamente diferente. É preciso passar pelos processos de dor, perda, desapego, vazio para experienciar o que faz o seu coração vibrar de alegria.
Nos relacionamentos, nós sempre aprendemos muito, aliás, acho que relacionar é uma escola para a vida, um treinamento para nós, seres humanos, aprendermos a viver partilhando nossa jornada, entendendo sobre o amor, alegria, criando histórias com roteiros incríveis e também libertando-nos de nossos medos, traumas, egoísmos, ciúmes, tristezas, etc.
Uma caminhada de via dupla e mãos dadas pode não ser para sempre, e “não ser para sempre” não significa que não tenha sido verdadeiro ou não tenha existido amor. O amor ultrapassa os limites do tempo e nem sempre acaba nos relacionamentos vazios, ele apenas muda de forma, e, quando a gente entende isso, partir fica leve, é ser justo com quem quer que seja.
Viver é a arte de relacionar e aprender com as idas e vindas do amor! É preciso deixar ir, é preciso partir!
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