Hoje vamos falar sobre um dos maiores vilões da produtividade: as notificações de e-mail, WhatsApp, Facebook… enfim, dos meios de comunicação que utilizamos diariamente.
Até bem pouco tempo atrás, se você quisesse fazer algum tipo de pesquisa, necessariamente, deveria recorrer a livros, materiais escritos e, com sorte, se morasse numa cidade de médio porte, poderia recorrer a uma biblioteca. Eu, por exemplo, conheci a enciclopédia Barsa, que tinha publicações anuais com conteúdos dos mais diversos possíveis, e com ela tive uma trajetória feliz na aquisição de conhecimento.
Atualmente, com o advento da internet, vivemos a era dourada da informação. Podemos acessar aquela jurisprudência sobre um tema raro e complexo (ou o itinerário da tão sonhada viagem de férias) por um aparelhinho que cabe na palma da mão. Nunca antes na história deste país (hehe) a informação esteve tão acessível.
Mas tudo sempre tem seu lado bom e seu lado ruim. A internet e toda a tecnologia desenvolvida a partir disso vieram facilitar nossa vida e nosso trabalho, mas trouxeram também um mundo novo com o qual ainda não sabemos lidar.
Somos bombardeadas diariamente e a todo instante por informações de diversas naturezas, por todos os lados.
Abrimos o computador e recebemos e-mails de trabalho, de amigos distantes, os promocionais e até o “abençoado” spam. No celular, a toda hora, existe um bip diferente vindo das mais diversas fontes: Facebook, WhatsApp, Twitter, Instagram, Skype, e-mail, alarmes programados, bip dos aplicativos de trânsito, de banco, da agenda e por aí vai…
Aí, o que era para facilitar a nossa vida acaba sendo um ladrão silencioso de atenção, produtividade, eficiência, memória, concentração, paciência e foco.
Lembra do exemplo de ontem, que você se programa para concluir o recurso de apelação logo no início do dia e se perde no mar de interrupções que sofre ao longo do dia?
Pronto, nesse momento, você está virando agenda dos outros. Do mesmo jeito, quando você responde quase que de imediato a todas as mensagens e notificações que recebe no seu celular ou computador ao longo do dia. Há pessoas que acreditam que se elas veem e respondem ao e-mail que recebem no mesmo momento elas serão mais eficientes, outras acreditam que, respondendo às mensagens do celular imediatamente, também serão proativas e atenciosas.
A pergunta que faço a você é: qual tem o sido o custo de toda essa disponibilidade para você?
Estar sempre disponível para outras pessoas e outras atividades que não as que você programou tem um custo elevado! Custa o nosso foco, a nossa concentração e energia.
Como não bastasse isso, esse excesso de informações que recebemos diariamente não é de todo benéfico. Estamos diante da era da informação e, ao mesmo tempo, do mal do século: a síndrome do pensamento acelerado. Como seres humanos, estamos cada vez mais intensamente nos estressando e adoecendo coletivamente, um quadro que só piora na era dos celulares, computadores, tablets e internet.
A síndrome do pensamento acelerado, segundo o psiquiatra Augusto Cury, acontece quando a mente fica inundada de informações/pensamentos. Ela é produzida por uma hiper construção de pensamentos numa velocidade tão alta que desgasta e estressa o cérebro. Resulta do excesso de atividades e de estímulos sociais a que somos submetidos diariamente, e atinge as pessoas que têm um trabalho intelectual mais intenso, como médicos, jornalistas, professores e, adivinha, a mulher advogada!
Esse excesso de informações externas, que gera o pensamento acelerado, costuma culminar em ansiedade, inquietação, perda de memória, fadiga, irritabilidade, para não falar de outras coisas. Custa a nossa saúde mental, física e emocional.
E isso tudo porque não estabelecemos as nossas prioridades da vida e diárias. Respondemos a tudo e a todos, a tempo e a hora, deixamos de lado coisas que são essenciais para nosso bem-estar e para obtenção de melhores resultados profissionais. Claro! Ser agenda dos outros não pode significar outra coisa.
Acredito que não preciso entrar em detalhes sobre como essas interrupções e excesso de informação compromete a produtividade, não é?
Se você ainda está em dúvida em relação a isso, pare um pouco e resgate na memória situações em que você estava concentrada, fazendo determinada tarefa, e foi interrompida por uma ligação ou um bip de alguma dessas tecnologias. Você parou para ver o que era e, quando voltou, simplesmente teve muito esforço para retomar sua linha de raciocínio, talvez tenha perdido alguma ideia interessante ou mesmo a criatividade, ou seja, vai gastar o dobro do tempo (ou mais) para concluir a tarefa.
Se você vive em função de verificar todas as notificações que recebe ao longo do dia, seja lá de onde vierem, você está abrindo espaço para ser agenda de outras pessoas, justamente por não priorizar aquilo que é importante para você.
Aprenda a deixar de ser agenda dos outros
Para ajudá-lo a se “libertar” de uma vez por todas do mal do excesso de informações e deixar de ser agenda dos outros, eu vou trazer três superdicas:
1. Silencie as notificações do seu celular. Simples assim. Ao silenciar as notificações recebidas, você já terá um grande avanço, afinal é você quem define como usar o seu tempo e quais são suas prioridades.
2. Evite o excesso de informações. Estabeleça quais informações são prioridade para você e dispense aquelas que não são essenciais naquele momento. Isso vale para as páginas aleatórias que acessamos na internet quando deveríamos estar produzindo ou mesmo para aqueles grupos de WhatsApp que não acrescentam muito à nossa vida.
3. Estabeleça um horário para ver as notificações das suas redes sociais e respondê-las. É mais produtivo fazer isso por um determinado período de tempo, uma ou duas vezes ao dia, do que fazer isso a todo momento, pois aqui você estará 100% concentrada nisso. Você pode, por exemplo, tirar 20 minutos do seu dia, logo após o almoço e jantar, ou 30 minutos à noite, num momento de interação e relaxamento, e fazer isso com tranquilidade.
“O segredo não é priorizar o que está na sua agenda, o grande segredo é você agendar as prioridades.”
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